O prefeito de Sete Lagoas, Ronaldo Canabrava (PMDB), que enfrenta dois processos de cassação, obteve, ontem, sua primeira vitória na Justiça.
O juiz Geraldo Davi Camargo julgou improcedente a representação que acusa Canabrava de ter cometido crime eleitoral por comparecer, quando ainda era candidato, a inauguração do Restaurante do Trabalhador.
Com a decisão judicial, a coligação de Canabrava não perde o mandato. Porém, como o prefeito está afastado do cargo acusado de corrupção, seu vice, Leone Maciel, continuará interinamente à frente do Executivo até a conclusão dos processos.
A denúcia de crime eleitoral foi feita pelos adversários do prefeito nas últimas eleições, Marcelo Cecé (PTB) e Maroca (PSDB). Na época da acusação, o perito Ricardo Molina foi contratado para analisar a fita que registrou a inauguração do restaurante.
O especialista concluiu que Canabrava esteve presente no estabelecimento por cerca de 20 minutos. No entanto, o juiz afirmou que "Canabrava não tem o dom da ubiqüidade, de forma que não poderia estar presente na inauguração, que teve início às 10h, e ao mesmo tempo estar na emissora de rádio, onde permaneceu das 8h30 às 11h15".
Camargo disse ainda que um dos acusadores, Marcelo Cecé, agiu de má-fé, "criando uma tentativa frustrada de induzir a Justiça Eleitoral ao erro". Segundo o juiz, representantes do então candidato a prefeito afirmaram, em depoimento, que Canabrava realmente não estava na inauguração.
Mas, depois, mudaram de posição. Na sentença, o juiz determina que Cecé e sua coligação paguem aos advogados de Canabrava R$ 5.000 pelos custos com honorários e reembolsem os R$ 12.000 pagos a Ricardo Molina pelo grupo de Maroca.