A deputada estadual Leninha (PT) foi eleita nesta quarta-feira (1º) para o cargo de vice-presidente da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Ela é a primeira mulher negra a ocupar um posto na Mesa Diretora.
Em coletiva após a eleição, ela destacou a simbologia de ocupar esse espaço. “Queremos que as vozes silenciadas durante muito tempo pelo machismo, pelo racismo, pelos preconceitos, possam ser ouvidas aqui no Parlamento”, afirmou ela, que lembrou a escravidão, a perseguição e a discriminação imposta aos negros ao longo da história do Brasil. “Queremos dignidade, cidadania e política pública de reparação com os nossos”, acrescentou.
A ALMG empossou a maior bancada feminina de sua história, com 15 deputadas. Na avaliação de Leninha, isso demonstra que a sociedade quer mudança e que as mulheres estão mais dispostas a participar da vida pública.
A deputada afirmou que é necessário que a bancada feminina se una e, com a colaboração de outros atores, combata o feminicídio em Minas Gerais. “Eu espero que, mesmo que algumas mulheres tenham alinhamento ideológico muito diferente do nosso, essa pauta nos una. Nós todas somos pelo fim da violência contra nós. Nós todas somos pelo fim do feminicídio. Queremos mais política pública e mais proteção”, afirmou a vice-presidente da ALMG.
De acordo com o Anuário da Segurança Pública publicado em julho de 2022, mas com dados referentes a 2021, Minas Gerais foi o Estado com mais vítimas de feminicídio no Brasil, 154. “Penso que com essa grande rede Minas Gerais pode sair dessa posição vergonhosa de um número significativo de mulheres que são assassinadas a cada dia”, concluiu Leninha.