Alexandre Silveira, ministro de Minas e Energia, demonstrou preocupação com a intenção do governador mineiro Romeu Zema (Novo) de insistir no processo de privatização de empresas estatais, principalmente em setores estratégicos, como a produção e distribuição de energia elétrica.
“O caminho das empresas estratégicas brasileiras, mesmo sendo empresas de capital aberto, continua com o controle estatal. Por isso, eu vejo com muita preocupação essa ideia ultraliberal que o governador (Romeu Zema) quis e ainda quer implementar no Estado”, destaca.
Alexandre Silveira foi o entrevistado desta segunda-feira (20) no quadro Café com Política da FM O TEMPO 91,7. Ele comentou que a estratégia adotada por Zema em Minas repete o que foi feito no plano nacional durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), com o sucateamento de empresas estatais, precarizando o serviço para conseguir aprovação para a venda das companhias.
“Isso aconteceu com a Eletrobras. O último ano do governo Temer e os quatro anos do governo Bolsonaro foram um processo de sucateamento da empresa, com entrega irresponsável das distribuidoras nos Estados para a iniciativa privada e hoje nós temos problemas sérios no setor elétrico e o gestor desse sistema, o ministro de Minas e Energia, enfrenta limitações do poder público para melhorar o problema da população”, afirma.
Por isso, diz Alexandre Silveira, a proposta que o governo federal tem para as empresas estatais de Minas é a federalização, passando o controle das companhias para a União ao invés de repassar para a iniciativa privada. Em troca, Minas teria abatimento em sua dívida com a União.
Alexandre Silveira ainda afirmou que é preciso ter transparência também sobre quando vale cada empresa desta e que há preocupação de que as avaliações feitas pelo governo de Minas estejam subvalorizadas.
O ministro argumenta que manter o controle das empresas estatais sob controle público é a melhor alternativa e utiliza como exemplo o caso da Petrobras, que vinha em processo de desestatização no governo Bolsonaro, interrompido durante o governo Lula, e que viu o valor de suas ações aumentar cerca de 50% desde a mudança de rumo.