Governo

PSDB decide permanecer na base de apoio de Romeu Zema

Deputados federais se mostram a favor de romper com o Executivo mineiro

Por Fransciny Alves
Publicado em 09 de maio de 2019 | 03:00
 
 
 
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Os membros da bancada estadual do PSDB de Minas se reuniram ontem durante um almoço e decidiram, pelo menos por enquanto, permanecer no bloco de apoio ao governador Romeu Zema (Novo) na Assembleia Legislativa (ALMG). A discussão sobre o desembarque do grupo governista se acentuou nos últimos dias após a convenção estadual do partido, realizada no último sábado. Na ocasião, membros da bancada federal e o novo presidente da legenda, Paulo Abi-Ackel, disseram abertamente que são favoráveis ao rompimento com o Executivo. 

De acordo com informações de bastidores, a maior parte da bancada tucana optou por continuar na base de apoio de Zema principalmente após um apelo feito pelo atual líder de governo, Luiz Humberto Carneiro, que pediu um voto de confiança aos colegas. O político afirmou aos correligionários que acredita em uma melhora na relação entre bancada e governo. Mesmo desconfiados de que isso possa, de fato ocorrer, uma vez que o diálogo permanece conturbado desde fevereiro, os deputados resolveram recuar em respeito a Carneiro.

Como o sentimento de que avanços no relacionamento com o Estado não vão prosperar, os parlamentares também estão divididos sobre quando a saída da base deve acontecer. Uma das avaliações é que o eleitorado poderia entender que o PSDB deixou o grupo porque não houve atendimento de pedidos dos políticos e até mesmo como uma “obediência” a um pedido do hoje deputado federal Aécio Neves. Durante a convenção, ele afirmou que a administração de Zema é de principiante. “A questão é que uma saída agora pode demonstrar que estamos obedecendo a uma ordem dele, que hoje enfrenta esse desgaste público. Além disso, qual seria a justificativa forte para sair agora? Podemos esperar um pouco mais”, disse uma fonte.

Ela se referia ao fato de que o Plano de Regime de Recuperação Fiscal, que o governador vai enviar para a Assembleia, é impopular por conta de medidas como privatizações e congelamento de direitos do funcionalismo. E, por isso, a avaliação é que o PSDB poderia esperar até esse momento para, por exemplo, argumentar que isso foi a “gota d’água” para o fim do apoio a Zema. De outro lado, há tucanos que apostam que a demora em sair pode agravar a situação. Essa tese é mais defendida pela bancada federal. 

O líder do bloco de governo, o tucano Gustavo Valadares, disse que a sigla tem conversado sobre o assunto, assim como outros temas também estão em pauta: “Continuamos no bloco em busca de ajudar a encontrar soluções para os problemas do Estado”.

Deputados votam sete vetos do Executivo

Os deputados estaduais votaram ontem sete dos nove vetos que estavam na pauta do plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para, assim, começarem a votar projetos de suas próprias autorias. 

Isso porque o Plano de Regime de Recuperação Fiscal, que o governador Romeu Zema (Novo) deve enviar nos próximos dias para a Casa, é visto como polêmico e deve travar a pauta. Com isso, propostas dos parlamentares devem ficar em segundo plano.

Dos sete vetos a projetos, dois foram dados pelo então governador Fernando Pimentel. Um deles foi derrubado, o do deputado Sargento Rodrigues (PTB). A proposta prevê o registro de dados pessoais de guardadores e lavadores (flanelinhas) de veículos no Estado pela Polícia Militar, que vai definir onde eles podem atuar. A corporação também deverá atualizar os dados periodicamente. 

Reunião

O líder do bloco de oposição, André Quintão (PT), contou que o acordo na última reunião do colégio de líderes foi para que os todos os vetos sejam apreciados até a semana que vem.

“Assim, podemos priorizar os projetos de deputados e deputadas. Inclusive, o nosso grupo já está discutindo a agilização da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que obriga o repasse automático do percentual garantido por lei para a Fapemig. A desobstrução da pauta vem atender uma maior agilidade nos trabalhos da Assembleia”, declarou Quintão. 

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