Cotado para disputar a vaga ao Senado pelo PT, o deputado federal Reginaldo Lopes disse que se fosse hoje, não abriria mão da candidatura em troca da aliança com o PSD em Minas Gerais. A declaração aconteceu durante entrevista ao quadro Café com Política da rádio Super 91,7 FM. Porém, Lopes acrescentou que sempre apoio construções que tenham como objetivo o Brasil em primeiro lugar.
“Hoje eu não retiraria minha candidatura, sou um apoiador de construções que tem como interesse o Brasil em primeiro lugar. No momento não cabe vaidades e nem objetivos pessoas. Engana-se quem pensa que meu objetivo é ser apenas senador. É ser senador ao lado do presidente Lula eleito”, reiterou.
O pré-candidato lembrou que o país passa por um momento de desemprego, fome e alta da inflação que corrói o salário das famílias. Para Lopes, Minas necessita de um senador da centro-esquerda no Senado. Atualmente, as cadeiras são ocupadas por Rodrigo Pacheco (PSD), Carlos Viana (PL) e Alexandre Silveira (PSD), que fazem parte da direita ou centro-direita.
“Precisamos de outro tipo de representação. Nenhuma delas [no Senado] tem a conexão que eu tenho com todas as regiões de Minas Gerais e representa um setor bem definido, que é a centro-esquerda, voltada para fazer mais políticas sociais, com o conceito extraordinário do papel do estado para retomar o desenvolvimento, de compreender que as empresas públicas são estratégias”, alegou.
Lopes ainda lembrou que todos os senadores mineiros votaram para privatizar a Petrobras sem um estudo definido sobre o impacto tarifário da medida. “Bom lembrar que em fevereiro 48,5% das pessoas não pagaram a conta de energia para comprar alimentos. Por isso, é importante todos os setores terem representação [no Congresso]. Tenho um olhar mais agregador para os interesses dos mineiros do que os atuais mandatários, com todo o carinho e respeito que tenho por eles”, acrescentou.
Convite para ministério de Lula
Sobre as especulações que circulam nos bastidores de um eventual convite para compor o misteriado caso Lula vença as eleições, Reginaldo Lopes disse que “só o futuro” vai responder essa questão. “Estou me colocando de fato para representar Minas no Senado. O estado precisa de um senador que já pisou em todos os cantos. Estive em todos os 853 municípios, conheço todas as realidades e é fundamental alguém que esteja alinhado com o processo de reconstrução do país”, alegou.
O deputado federal enfatizou que os grandes problemas no estado não foram resolvidos nos últimos anos, como a questão da BR-381, duramente afetada pelas chuvas do início do ano. “Tem três meses que não conseguimos chegar no Nordeste, o governo do Bolsonaro não conseguiu sequer fazer um desvio”, alegou. Além disso, sobre o impasse com o PSD, Lopes alegou que Lula é o “maior cabo eleitoral de Minas” e poderia transferir até 30% dos votos para Kalil.