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Reginaldo Lopes
Deputado federal pelo PT-MG

O exemplo cristão de fraternidade, diálogo e amor
Campanha da Fraternidade critica radicalismos
O radicalismo e a intolerância têm feito o Brasil pagar um preço muito caro, e de diferentes formas. Muitas das mais de 240 mil vidas que já perdemos para a Covid-19 poderiam ter sido preservadas se não fosse o negacionismo, que questiona desde as medidas sanitárias até importância da vacinação e que abandonou o povo brasileiro na pandemia.
Essa política do radicalismo e da morte também pode ser vista naqueles que insistem em negar o direito à existência para um conjunto da população e nos que defendem o AI-5, a tortura e o fechamento do Congresso e do STF, mas também naqueles que praticam uma política econômica excludente. Todos esses tipos não defendem a vida e contribuem para a situação desesperadora que o Brasil atravessa.
É nesse contexto em que a Campanha da Fraternidade de 2021 foi lançada, com o tema “Fraternidade e Diálogo: Compromisso de Amor”, na Quarta-Feira de Cinzas, e será divulgada principalmente no período da Quaresma. Pela quinta vez, a campanha é ecumênica, congregando diferentes denominações cristãs e organizada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e pelo Conselho Nacional das Igrejas Cristãs (Conic).
Sob as bênçãos do papa Francisco, que enviou mensagem de saudação, essa jornada da Campanha da Fraternidade tem como característica justamente a superação de radicalismos e de violências, além do enfrentamento do vírus que já é tão letal por si só e que “encontrou aliados na indiferença, no negacionismo, no obscurantismo e no desprezo pela vida”, segundo as palavras do secretário geral da CNBB, dom Joel Portella Amado.
O texto-base da campanha, que pode ser encontrado facilmente na internet, já é um importante documento histórico a ser estudado no futuro, uma espécie de radiografia deste momento, mas principalmente uma mão estendida, um convite para o diálogo e para o respeito como únicas formas de superação desta e de qualquer crise.
Além da crítica à negação da ciência, o documento aponta o racismo como um elemento estruturante do Brasil enquanto nação e a violência religiosa – principalmente contra as religiões de matriz africana – como um problema real a ser enfrentado. Também condena o preconceito e a violência contra a população LGBTQI+ e contra as mulheres, em especial as negras e indígenas, tidas pelo texto como as principais vítimas do trabalho precário, instituído a partir de reformas nas leis trabalhistas e na Previdência Social.
Todo embasado em mandamentos e passagens bíblicas, o texto-base defende os direitos humanos e está aí para que não restem dúvidas de que seguir a Cristo é defender a vida, a saúde e a liberdade. Na condição de católico e devoto, comecei essa caminhada, em que lembramos a crucificação e a ressurreição, com muita esperança e paz.
Sejamos radicais contra o que precisamos ser; radicalmente contra a fome e a carestia, contra a opressão e contra a moléstia. Diferenças podem e devem ser deixadas de lado para a construção de caminhos. Motivos para iniciarmos esse movimento não faltam no Brasil de hoje.
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