O presidente da Fundação Cultural Palmares, ligada ao governo, Sérgio Camargo, afirmou que membros de sua família não tomarão a vacina contra o coronavírus quando ficar pronta, nem se forem obrigados. Além disso, ele criticou a gestão do governador João Doria, chamado de "inimigo do povo".
"Pessoas da minha família, em São Paulo, dizem que não tomarão a vacina chinesa trazida pelo Doria nem sob condução coercitiva até o local de vacinação. Não são os únicos", afirmou.
"É o que acontece quando um governador perde a credibilidade e passa a ser visto como um inimigo do povo", completou Camargo.
O presidente da fundação é conhecido por declarações polêmicas, muitas vezes criticando escravos, apesar de ser preto. Escolhido pelo presidente Jair Bolsonaro para o cargo em novembro, Camargo teve a nomeação suspensa por liminar no dia 4 de dezembro de 2019 e foi reconduzido pelo Supremo Tribunal de Justiça (STJ) em fevereiro, após disputa judicial.
Além de negar reiteradamente a ocorrência de racismo estrutural no país, Camargo já defendeu o fim do feriado da Consciência Negra, a extinção do movimento negro e chegou a afirmar que a escravidão foi "benéfica para os descendentes" de escravizados no país.