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Sindicato de professores entra com ação contra Zema por fala sobre ‘rachadinha’

Em live sobre reforma da Previdência, o governador afirmou na gestão passada, as entidades sindicais estavam acostumadas a privilégios

Por Thaís Mota
Publicado em 24 de julho de 2020 | 12:24
 
 
 
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O Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE/MG) entrou com uma ação no Superior Tribunal de Justiça (STJ) contra uma declaração do governador Romeu Zema (Novo) em que ele afirmou que, na gestão do ex-governador Fernando Pimentel (PT), as entidades sindicais representativas dos servidores públicos do Estado estavam acostumadas fazer  “rachadinha”

A crítica às entidades sindicais foi feita na última segunda-feira (20) durante live para debater a reforma da Previdência em Minas Gerais. Em sua fala, inclusive reproduzida na ação judicial, o governador disse: “No último governo, quando o funcionário público estava sendo prejudicado, esses sindicalistas não levantavam a mão porque podiam dar um punhado de emprego para um punhado de gente da turminha deles. (...) Esse pessoal, que estava acostumado com esse tipo de rachadinha, de não sei mais o quê, é que agora fica dando do contra. Escute com reservas quando a crítica partir desse tipo de público, porque quando o Estado estava saqueando as prefeituras, estava mandando o nome de 240 mil  funcionários públicos para o SPC, esse pessoal ficou calado porque o último governo dava um punhado de privilégios para eles”.

Segundo a coordenadora do Sind-UTE/MG, Denise Romano, a ação é para que governador se explique sobre a afirmação que fez a respeito dos sindicatos. “Nós fizemos uma interpelação para que o governador se explique a respeito das declarações caluniosas que fez a respeito dos sindicatos”. 

Ainda segundo ela, Zema fez um ataque aos trabalhadores, em um momento em que o Estado discute a reforma da previdência que altera regras para a aposentadoria dos servidores públicos. “Não é possível, nesse momento em que nós estamos enfrentando uma reforma da previdência que retira salário das pessoas, inclusive das pessoas que têm os menores salários do Estado, que são os trabalhadores da educação, o governador utilize esse tipo de argumento e teça esse tipo de comentário, fazendo um ataque e um desrespeito à entidade sindical e a todo trabalhador em educação do Estado”. 

Na ação, o Sindicato ressalta que a declaração pode configurar crime de difamação e, por isso, pede explicações ao governador  sobre "quais empregos foram dados a esses sindicalistas e quais foram os supostos sindicatos beneficiados", bem como o sentido dado à palavra “rachadinha” e "quais sindicatos participaram da referida" prática. Ainda conforme o documento, “as palavras do interpelado podem ter colocado em questão a reputação do interpelante, dado o contexto em que foram proferidas”.

A reportagem procurou a assessoria de imprensa do governador Romeu Zema sobre a ação, mas ainda não obteve resposta. 

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