O último dia do prazo para tirar a primeira via do título de eleitor, regularizar a situação com a Justiça Eleitoral ou alterar o local de votação foi de movimento intenso nos cartórios eleitorais de Belo Horizonte. Muita gente deixou para a última hora e teve que enfrentar filas, nesta quarta (4), nos cartórios eleitorais, que atenderam até as 17h.
Além disso, quem optou pela internet também enfrentou lentidão no sistema. Nesse caso, o horário para fazer o procedimento online se encerrará às 23h59.
Em Minas, mais de 1,2 milhão de eleitores estavam com o documento cancelado até o dia 30 e, caso não regularizassem a situação, não poderão votar em outubro.
De acordo com o Tribunal Regional Eleitoral de Minas Gerais (TRE-MG), os dados sobre o número de cancelamentos e de atendimentos realizados nesta semana só deverão ser divulgados a partir desta quinta (5). Segundo o tribunal, não havia condições de informar dados atualizados "porque o sistema que registra essas informações estava bloqueado".
A estudante Laís Alves, de 16 anos, teve que ir ao Cartório Eleitoral no bairro Cidade Jardim, região Centro-Sul de Belo Horizonte, porque não conseguiu fazer o procedimento pela internet. "Votar com consciência e procurar saber sobre as pessoas que deseja eleger", disse.
Mariana Andrade, de 18, também foi fazer a primeira via do documento e declarou que o título de eleitor é o primeiro passo para a juventude almejar mudanças. "As coisas estão caras, o país vive um momento difícil", pontuou.
O voto é facultativo para quem tem 16 e 17 anos, mas estas duas faixas etárias foram alvo de campanha da Justiça Eleitoral para que os jovens que não são obrigados a votar pudessem tirar o título. Em março, por exemplo, a emissão desse documento para quem tem 16 anos aumentou 136% em Minas em comparação a dezembro. Já na faixa dos 17 anos, o crescimento foi de 53%, no mesmo período.
Já Josué Pedro, 18, conta que foi tirar o título de eleitor para poder trabalhar com carteira assinada. Ele disse não estar interessado nas eleições. Bastou dizer à nossa reportagem que anularia o voto e que para ele "tanto faz", para levar um "puxão de orelha" da mãe. "É um direito nosso de votar. Ele está com pensamento errado. Se for para sair, tem que votar mesmo", diz Sônia Cassiano, de 56 anos.
Depois do puxão de orelha, Pedro repensou a decisão. "No caso, vou estudar bem o candidato em que pretendo votar nessas eleições", disse.