Zema anuncia acordo com a Vale para concluir hospital regional de Valadares

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema (Novo), informou na tarde desta quarta-feira (15) a deputados estaduais e federais majoritários da região do Vale do Aço que fechou um acordo com a mineradora Vale para a conclusão do Hospital Regional de Governador Valadares. Na videoconferência, ele também informou sobre a construção do novo rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

Essa seria uma espécie de compensação da empresa em relação às tragédias de rompimentos de barragens que ocorreram em Mariana e em Brumadinho.

Zema informou aos parlamentares que a Fundação Renova, criada pela empresa para cuidar da tragédia de Mariana, é quem vai assumir as obras do hospital, mas a finalização não vai ocorrer a tempo do enfrentamento da pandemia do novo coronavírus no país. Serão R$ 78 milhões com a finalização da construção e a compra de equipamentos. Outros planos de investimentos também estão sendo discutidos.

O governador também falou sobre as tratativas que o Executivo está fazendo com Vale para que ela assuma uma das frentes da construção do novo rodoanel, uma alternativa para o gargalo do Anel Rodoviário. Os políticos contaram que foi informado que o Estado está finalizado as negociações com a mineradora, mas de antemão disse que quem vai financiar a obra vai ser a Fundação Renova.

Um dos participantes do encontro, o presidente do PSDB de Minas Gerais, o deputado federal Paulo Abi-Ackel, considerou muito boa o que chamou de inovação do Estado e da “excelente notícia” que está “há muito tempo sendo aguardada pelos moradores da região”.

“O governo de Minas Gerais marcou dois tentos importantes hoje: o primeiro, de maior significado, foi anunciar a conclusão das obras do Hospital Regional de Governador Valadares, antiga reivindicação da região. O segundo foi inaugurar um contato direto e objetivo com os deputados federais e estaduais através de uma excelente reunião virtual”, afirmou.

O deputado João Magalhães (MDB), que também participou do encontro, disse que a informação passada é de que os R$ 78 milhões para a conclusão do hospital devem ser transferidos para o Estado até a próxima sexta-feira (17). “O compromisso é entregar a unidade funcionando e equipada. Mais de 80% das instalações físicas já estão concluídas”.

A obra, iniciada em 2013 e paralisada desde 2015, deveria ter sido entregue há dois anos. “Tem que atualizar o projeto para licitar. É preciso fazer a atualização das planta e da estrutura. Não foi definido o formato (da licitação), mas é algo que vai ficar a cargo do Estado junto com a Renova”, explicou o emedebista.

“Há alguns anos, essa obra do Hospital Regional de Valadares está sendo aguardada por nós e por toda a população, por isso eu gostaria de parabenizar e agradecer ao Governador pelo sucesso dessa negociação com a Fundação Renova", comemorou o deputado federal Hercílio Coelho Diniz (MDB), que também participou da reunião. O emedebista recebeu a informação da retomada das obras ainda na segunda-feira (13), juntamente com a deputada estadual Celise Laviola (MDB), durante uma reunião com os secretários de Planejamento, Otto Levy Reis, e de governo, Igor Eto (Novo).

Durante a reunião, foi também informado que o custeio do hospital depois de pronto vai entrar no sistema do Ministério da Saúde, Estado, Consórcios de prefeituras e em todos os sistemas públicos de saúde.

Também participaram do encontro, os secretários de Planejamento; de Governo; de Saúde, Carlos Eduardo Amaral; e de Infraestrutura, Marco Aurélio Barcelos. A reunião foi protocolar e durou menos de 30 minutos.

Relembre

A Vale tenta fazer acordo com o governo de Minas Gerais após ter responsabilidade em duas tragédias no Estado.

Em Mariana, a barragem de Fundão, sob responsabilidade da Samarco, que tem como sócias a mineradora brasileira e a BHP Billiton, resultou na morte de 19 pessoas e em danos ambientais incalculáveis ao se romper em novembro de 2015.

Já a avalanche de lama que atingiu Brumadinho, em janeiro de 2019, após o rompimento da estrutura da mina do Córrego do Feijão da Vale, tem como saldo até agora 259 pessoas que perderam as vidas e outras 11 continuam desaparecidas. As buscas tiveram que ser interrompidas, no último mês, por conta do coronavírus.