Educação

Zema estuda militarização de escolas estaduais problemáticas em Minas

De acordo com deputado estadual eleito pelo PSL, governador vê o projeto com bons olhos

Por Ana Luiza Faria
Publicado em 25 de janeiro de 2019 | 03:00
 
 
 
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O governador de Minas, Romeu Zema (Novo), considera a possibilidade de implementar o modelo cívico-militar em escolas estaduais consideradas problemáticas. A notícia foi divulgada no início da semana pelo deputado estadual eleito Bruno Engler (PSL), em um vídeo publicado nas suas redes sociais. Ao lado do deputado federal eleito Cabo Junio Amaral (PSL), Engler afirmou que Zema, em uma conversa entre eles, disse ver a ideia com bons olhos. 
Em conversa com a reportagem de O TEMPO, Engler disse que o projeto vai focar em escolas que estejam passando por uma situação difícil, com baixo índice educacional e elevada taxa de violência.

“São escolas sem nenhuma disciplina, onde há até crimes ocorrendo lá dentro, e, por isso, não têm a menor condição de criar um ambiente para o aprendizado. A ideia é entregá-las aos cuidados da Polícia Militar, no modelo cívico-militar, semelhante ao que se observa no colégio Tiradentes, mas não tendo a maioria das vagas para filhos de militares. Nesse ambiente, se cria uma estrutura com hierarquia e disciplina”, disse.

Engler contou que essa é a segunda vez que ele e Zema falam sobre o tema. “Nós já tínhamos conversado durante a campanha. Perguntei qual seria a posição dele nesse sentido e ele se mostrou extremamente favorável. Disse ser uma pessoa muito prática, e ressaltou que esse é um modelo que ele sabe que funciona e que tem um investimento muito baixo para um retorno muito grande. Zema mostrou-se totalmente aberto à ideia, manteve o posicionamento da campanha, foi coerente e nos deu essa abertura para que possamos iniciar esse projeto”, explicou. 

O deputado eleito afirmou que tal modelo já funcionou em outros estados, como Goiás e Amazonas, e disse não ser necessário um investimento alto para a execução do projeto. “É um investimento mínimo, porque o custo para fazer essa mudança é quase zero. Será preciso apenas uma placa informando que a escola está sob a gestão da Polícia Militar, de novos uniformes, que serão mais semelhantes a uma farda, e realocar algum pessoal da PM para trabalhar na estruturação da escola”, afirmou.

Em Goiás, Estado citado por Engler, as secretarias de Educação e Segurança Pública fizeram uma parceria, em 2015, para militarizar as escolas públicas. Policiais ficam responsáveis pela administração, enquanto a parte pedagógica segue sob a tutela dos educadores. Desde então, o sistema já atingiu 50 instituições de ensino.

Questionado sobre a conversa, o governador confirmou, por meio da assessoria de imprensa, que se reuniu com os deputados eleitos do PSL, escutou a ideia e se dispôs a um novo encontro para conhecer as eventuais pesquisas e levantamento de dados feitos pelos futuros parlamentares para, depois, analisar a viabilidade do projeto. Ainda de acordo com Zema, somente após a análise dos dados ele terá um posicionamento definitivo sobre o assunto. 

Em nota, o governo destacou que o Estado já conta com o modelo vigente nas 30 unidades do Colégio Tiradentes (CTPM), gerenciadas pela PM, ressaltando que as unidades atendem cerca de 24 mil alunos, sendo que aproximadamente 20% são filhos de civis.

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