Após um longo processo de avaliação da inclusão de crianças na faixa etária de 5 a 11 anos no Plano Nacional de Vacinação contra a Covid-19, o Ministério da Saúde detalhou nesta quarta-feira (5) como será a imunização infantil, mas ainda não há datas definidas para cada grupo (veja abaixo a ordem da imunização infantil).
Será utilizada a dose pediátrica da vacina da farmacêutica Pfizer/BioNTech, cuja eficácia e segurança foram aprovadas e recomendadas ao governo federal pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) em 16 de dezembro.
Por ter dosagem e frasco diferentes da vacina aplicada em adultos, será feito um treinamento específico para os profissionais de saúde de modo a prepará-los para não confundir os frascos. O intervalo será de aproximadamente dois meses entre a primeira e a segunda dose pediátricas.
Além disso, a recomendação do governo federal aos estados e municípios é que as crianças sejam vacinadas em local separado do público adulto nos postos de saúde.
Segundo a pasta, até o fim de janeiro serão entregues 3,7 milhões de doses ao Brasil. As doses serão distribuídas de forma proporcional para os estados e Distrito Federal considerando a estimativa de crianças na faixa etária de 5 a 11 anos em cada unidade da federação.
A expectativa do Ministério da Saúde é que em 24h após o recebimento das doses pediátricas, serão distribuídas para as unidades da federação. Isso significa que será possível começar a vacinar as crianças, em algumas localidades, a partir do dia 14 de janeiro.
Segundo informou o secretário-executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, a primeira remessa com 1,2 milhão de doses deverá chegar ao aeroporto de Vira Copos, em São Paulo, no dia 13 deste mês.
O governo anunciou ainda a compra de 20 milhões de doses da vacina pediátrica contra a Covid-19, que deverão ser entregues no primeiro trimestre deste ano.
Tendo em vista que há mais de 20,4 milhões de crianças com idade entre 5 e 11 anos no Brasil, o ministro da Saúde destacou que seriam necessárias 40 milhões de doses pediátricas da Pfizer, mas essa entrega vai depender de alguns fatores.
"Não sabemos ainda qual será a taxa de adesão dos pais a essa vacinação. Os pedidos dependem dessa velocidade da vacinação e também da capacidade de entrega das vacinas pela indústria", afirmou Queiroga.
Ordem de vacinação das crianças
Durante a coletiva, não foram informadas datas do cronograma de imunização das crianças.
Porém, seguindo o plano apresentado pela secretária Extraordinária de Enfrentamento à Covid-19, Rosana Leite de Melo, a vacinação desse público será realizada por faixa etária decrescente, começando pelos indígenas e quilombolas, além daquelas com deficiências permanentes ou comorbidades.
Para a imunização desse último grupo será exigida autorização dos pais ou responsáveis, apenas se não estiverem presentes no ato de vacinação. Caso estejam presentes, não será necessária a autorização.
Serão atendidas na sequência as crianças que vivem em lares com pessoas de alto risco para evolução da forma grave da Covid-19.
Depois serão as crianças que não apresentam comorbidade em quatro etapas – primeiro as de 10 e 11 anos, depois 8 e 9 anos, 6 e 7 anos e, por último, as de 5 anos.
Nesta quarta-feira, se encerrou o prazo dado pelo ministro Ricardo Lewandowski, do Supremo Tribunal Federal (STF), ao governo federal para divulgação dos planos para inclusão das crianças no plano de vacinação.
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