Na tarde desta quinta-feira (8), o América emitiu uma nota de repúdio contra um torcedor do clube, que cometeu injúria racial contra um profissional da área de segurança no estádio Independência, durante o jogo contra o Ceará, pela 10ª rodada do Campeonato Brasileiro.

No comunicado, o América informou que repudia qualquer ato de racismo ou injúria racial e vem apurando a situação desde que foi informado dos fatos para tomar as medidas cabíveis, coibir atos discriminatórios e preservar a quem teria sofrido.

No boletim de ocorrência foi informado que a vítima estava fazendo a ronda pelo corredor do estádio quando o agressor se aproximou e disse as seguintes palavras: ‘macaco, safado’. A vítima informou que saiu rapidamente do local e procurou a sua coordenadora para relatar os fatos. Porém, quando retornaram o agressor não estava mais no local.

Não teria sido a primeira vez

A vítima ainda informou que, no dia 30 de abril, o autor da injúria racial, por volta das 18h45, tentou entrar no estádio com uma latinha, mas foi impedido por um segurança a quem também proferiu palavras fortes, cometendo racismo e injúria racial. Segundo uma testemunha, que presenciou o caso, o agressor estava imitando um macaco.

Na versão dada pelo agressor à Polícia Civil, no jogo contra o Ceará, ele estava comprando cerveja em um bar no estádio quando uma pessoa começou a encará-lo com um olhar intimidador. Foi então que ele disse: ‘o que você está me olhando?’.

Ele ainda contou que já dentro do Independência, se aproximou do vidro do alambrado de acesso ao campo com o seu neto de 2 anos e 6 meses no ombro. Foi então que foi solicitado para se retirar, mas ele disse estar apenas tentando mostrar o gramado ao neto. Então, o segurança segurou o seu braço com força, quebrando o seu dedo médio da mão direita.

O TEMPO SPORTS tentou entrar em contato com a polícia civil para saber se o agressor continua preso, mas não tivemos retorno.

Veja abaixo a nota oficial divulgada pelo América:

O América Futebol Clube repudia qualquer ato de racismo ou injúria racial. Diante da denúncia de injúria racial ocorrida contra um profissional da área de segurança, no jogo contra o Ceará, na Arena Independência, o Clube vem apurando a situação desde que tomou conhecimento dos os fatos para tomar as medidas cabíveis e coibir atos discriminatórios e preservar a quem teria sofrido a injúria racial.

O Clube esclarece que o suspeito não faz parte do Programa Onda Verde. Se fosse, seria suspenso até o término do processo. Apesar dos trâmites legais, o América espera que, comprovada a injúria racial, punições exemplares sejam aplicadas por parte dos órgãos competentes. O Clube entende que a sensação de impunidade prejudica em muito as ações de combate ao racismo e demais preconceitos.

O América acrescenta que o posicionamento e combate a qualquer tipo de preconceito deve ir muito além do ambiente virtual. Por isso, o Clube está estudando formas de orientar e apoiar os colaboradores, prestadores de serviço e torcedores de como denunciar esses crimes e situações que, infelizmente, têm acontecido com frequência no futebol e no mundo.