Preparação

Cruzeiro: entenda como funciona a rotina dos atletas durante a pré-temporada

O Tempo Sports conversou com especialistas em nutrição e fisiologia para compreender como é realizado o trabalho com jogadores

Por Rosane Meireles
Publicado em 05 de janeiro de 2023 | 16:00
 
 
 
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A pré-temporada é o período que a maioria dos atletas “detestam”. Treinos intensos, algo que os jogadores do Cruzeiro conhecem bem, concentração, testes físicos, enfim, os atletas vivem semanas de muito trabalho pesado. Para entender como funciona a pré-temporada, O Tempo Sports conversou com especialistas em nutrição e fisiologia para explicarem o processo de uma pré-temporada.

A rotina dos jogadores não é fácil e, por isso, o papel dos nutricionistas e dos fisiologistas é primordial, assim como da comissão técnica e de toda equipa da medicina.

"O nutricionista faz um cálculo de uma leve restrição energética, sem comprometer a performance. Então, o primeiro ponto que precisamos pensar é que a caloria seja aumentada conforme a intensidade do treino", explicou Débora Romualdo Lacerda, 36 anos, nutricionista e pesquisadora do grupo de pesquisa Imunometabolismo da Escola de Enfermagem da UFMG.

"A dieta precisa acompanhar a periodização do treinamento, ou seja, a fase do treinamento que os atletas estão. Os jogadores estão se preparando para o início da temporada e acabaram de retornar de férias. Com isso, ao mesmo tempo que o nutricionista precisa aumentar as calorias ingeridas para que os jogadores consigam ter um bom desempenho nos treinamentos, também não podemos aumentar demais porque eles precisam perder aquilo que eles ganharam de excesso nas férias", contou.

"Também é importante que o carboidrato esteja em níveis corretos devido ao tipo de exercício físico realizado no futebol. A reserva de carboidrato -  glicogênio muscular - é muito importante na performasse, então é fundamental que os jogadores consumam a quantidade certa de carboidrato bom: batata, arroz, pão integral, frutas", salientou.

Débora também contou que é importante o consumo de proteínas durante cargas intensas de treinamento. "Outra coisa que é importante quando se fala de intensidade é ajustar a proteína. A proteína é como se fosse o tijolo para reconstruir o músculo. Depois de um treino, quando o músculo fica muito desgastado, é preciso fornecer a proteína adequada para ter uma boa recuperação muscular pós-treino", disse.

Para a fisiologista Carolina Franco Wilke, de 34 anos, formada em educação física, doutora em ciências do esporte pela UFMG e Universidade de Tecnologia de Sidney, o trabalho da fisiologia também é essencial para a preparação dos atletas. Vale destacar que a palavra mais usada pelo técnico do Cruzeiro, Paulo Pezzolano é: intensidade. Sendo assim, o trabalho do fisiologista é exigido ainda mais.

"Quando o volume de treinos aumenta, o papel do fisiologista é entender qual o estado de cada jogador. Essa individualização permite que ele consiga direcionar, junto com a comissão técnica, a carga de treinamento do grupo", afirmou.

"A fisiologia faz algumas avaliações da capacidade aeróbica, de força e potência, como os teste de salto vertical. E junto com as avaliações dos outros departamentos: fisioterapia, preparação física e medicina é possível tratar um perfil do atleta e entender as necessidades desse atleta e onde é preciso ter um pouco mais de atenção", contou Carolina.

O papel do departamento de fisiologia é importante para que os atletas consigam aguentar cargas intensas de treinos, como gosta Paulo Pezzolano. "Realizamos avaliações utilizadas durante o treinamento: as medidas de GPS, e após-treino: escala de percepção, recuperação, esforço e qualidade de sono. Esses são fatores que podem influenciar nos próximos treinos do atleta, além dos indicativos de dano muscular", finalizou Carolina.

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