O lateral-esquerdo Alan Ruschel e a Chapecoense travam uma batalha na Justiça em que o jogador cobra o pagamento de uma dívida do clube. Em sua defesa, a Chape alegou que o atleta foi beneficiado pela queda do avião em 2016 e que ele teria ganhado notoriedade após o acidente. A tese do clube foi rebatida pelo jogador e por sua advogada.
Na contestação, a Chapecoense disse que Ruschel "foi um sobrevivente, abençoado pela força divina" e que é o único "que continua a desenvolver suas atividades identicamente ao período anterior".
O clube também alega que a tragédia que matou 71 pessoas alavancou os ganhos financeiros do jogador. Para finalizar, a Chape diz que a prova de que a vida de Alan continuou "normalmente" é o fato de ele ter se casado após o acidente.
Reação.
Ruschel usou as redes sociais para se defender das alegações do clube. "Estão sendo levianos e despreparados na condução de um assunto tão importante. A minha vida precisava continuar, mas isso não tira responsabilidade do clube. Só eu sei os traumas que carrego comigo, o esforço, a luta para voltar a jogar. Hoje tenho oito parafusos nas costas, não quero me vitimizar, mas apenas para deixar essa situação clara. Afirmar que minha vida seguiu normal é um absurdo, não só comigo, mas também com os familiares das vítimas do acidente", diz.
As advogadas do atleta também demonstraram indignação diante da tese do clube. "É tão revoltante que eu precisei compartilhar, porque isso é o que a gente vê no dia a dia. As pessoas têm a visão de que o atleta é supervalorizado, e o clube vem me dizer que houve um acidente onde morreram várias pessoas, e o acidente foi benéfico para ele por ter sido um sobrevivente", diz a advogada Marina R. Maciel.