Os Jogos Olímpicos de 2024, que terão início em 26 de julho em Paris, trarão uma novidade que promete movimentar o cenário esportivo: a inclusão do breaking como modalidade olímpica. O estilo de dança urbana, originado nos Estados Unidos na década de 1970, é famoso por seus movimentos acrobáticos e estilizados, sendo uma expressão autêntica da cultura hip hop. 


Em Belo Horizonte, o projeto Natividade atua, desde 2014, como um pilar para oferecer para crianças e adolescentes a oportunidade de contato qualificado com novos esportes. Com a inclusão do breaking na Olimpíada de Paris, o Natividade ampliou seu escopo, integrando o breaking ao programa Jovens Olímpicos. "Atualmente, estamos presentes em três cidades de Minas Gerais, oferecendo breaking, skate, escalada esportiva e basquete 3x3", destaca Rafael Diniz, 43 anos, diretor do projeto.

 

Projeto Natividade atua em escolas de BH
Projeto de iniciação ao breaking do Natividade é voltado para crianças e adolescentes da rede pública de Belo Horizonte.Foto: Thiago Fernandes/Natividade/Divulgação

 


De acordo com Diniz, o projeto Breakdance Sonho Olímpico, é realizado em duas escolas públicas de Belo Horizonte e beneficia 120 alunos. "Além das aulas de breaking e DJ, todos os alunos recebem uniformes e bonés do projeto, e já tiveram a chance de se apresentar em vários eventos", afirma Diniz.


Julia Beatriz Castro Nicácio, de 9 anos, é uma das alunas que participa do projeto e falou sobre a  expectativa da presença da modalidade nos Jogos de Paris-2024.  "Eu acho que vai ser muito top, a galera vai fazer vários movimentos legais e os DJs vão fazer mixagens muito doidas", diz entusiasmada. Isadora Sales Izaias, de 8 anos, também compartilha sua animação com a modalidade na Olimpíada: "A estreia vai ser muito legal e emocionante. Eu vou assistir e estou torcendo para ver os passinhos que aprendemos aqui na aula."


A instrutora de breaking Raisse Lorrane Santos Campos acredita que a inclusão da modalidade em Paris-2024 abrirá muitas portas para a cultura hip hop. "A presença do breaking nos Jogos Olímpicos vai trazer muita visibilidade para essa cultura. A liberdade de você poder se expressar nos movimentos é algo incrível", comenta.



O diretor do projeto Natividade, Rafael Diniz, acredita no breaking como uma poderosa ferramenta de transformação social. Além disso, destaca a importância de suas raízes culturais e sociais. “O breaking é uma potência, tanto que ele faz estreia como esporte olímpico, mas sempre foi visto como uma atividade das leis de cultura. Geralmente era mais comum ver as atividades dentro das políticas de cultura. E a dificuldade em delimitar o que é esporte e o que é cultura no breaking.”


Com Paris 2024 se aproximando, Diniz espera que o breaking traga um novo dinamismo aos Jogos Olímpicos, e amplie a visão de mundo dos jovens, colocando eles protagonistas da própria história.


“Acredito que depois da olimpíada teremos um crescimento do breaking, principalmente dentro do ambiente escolar, como foi no fenômeno do skate brasileiro, pós-Olimpíada de Tóquio. E o que é legal desses novos esportes olímpicos, é que a distância entre o praticante e o atleta olímpico ainda é muito pequena, então é possível um jovem de escola pública sonhar em representar o país em um dos Jogos Olímpicos.", conclui.