Durante a entrevista coletiva de despedida do atacante Jhon Arias do Fluminense, o presidente do clube, Mario Bittencourt, desabafou e aproveitou para rebater críticas sobre sua gestão e a condução de negociações envolvendo jogadores importantes, como a que envolveu o atacante colombiano. O atleta foi negociado com o Wolverhampton, da Inglaterra, em transferência que gira em torno dos 22 milhões de euros.

Bittencourt afirmou que a negociação, ao contrário das críticas feitas ao seu trabalho, é positiva tanto para o jogador quanto para o clube, e que a saída de Arias acontece por um movimento natural do mercado, além de ter sido um sonho expressado diretamente pelo jogador de que gostaria de jogar em uma grande liga europeia.

O presidente vê como injustas algumas das falas e citou algumas movimentações de mercado feitas anteriormente e que justificariam a postura atual do clube com Arias. Mario Bittencourt lembrou que vendas nas últimas temporadas foram responsáveis não só pelo equilíbrio financeiro do elenco como também pela conquista de taças.

- Em 2022 a gente precisou fazer a venda do Luiz Henrique para poder sustentar o ano de 2022. E sustentando o ano de 2022, onde parte daquele dinheiro eu paguei o salário do elenco, inclusive do John Arias, nós nos classificamos para Libertadores e ganhamos ela em 2023. Sem o Luiz Henrique, mas com o John Arias. E o futebol é assim. Então tentar deturpar e colocar na cabeça de quem ama o jogador e o clube de que o que a gente está fazendo aqui é algo completamente fora da realidade do padrão, não é justo. Não é justo especialmente com o jogador, que nos deu tantas alegrias - desabafou.

O gestor também lembrou e agradeceu quando teve conversas não só com Arias, como os ex-jogadores André, que será companheiro do colombiano na Inglaterra, e o zagueiro Nino, hoje no Zenit, para que eles ficassem e ajudassem o Fluminense em diversas circunstâncias, reforçando, em sua visão, que há um limite para que a diretoria consiga manter o atleta dentro do clube e blindar propostas do exterior.

- Não há nada que eu esteja fazendo neste momento que não seja com dor no coração, porque é um grande ídolo da história do clube, é um grande jogador, é considerado hoje o nosso jogador mais importante, referência. Não é fácil para mim como presidente do clube (...) E obviamente que a negociação está dentro de uma condição e com a ajuda dele. É importante vocês entenderem isso, porque numa negociação da venda de um jogador, é sempre uma negociação em três partes. É o clube que compra, o clube que vende, e o jogador que quer ir também. E ele nos ajudou muito nas condições que a gente exigiu para fazer a operação. Ele também disse ao clube que está comprando "vocês façam o melhor que vocês puderem para que o Fluminense também possa sair bem dessa situação" - completou.

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ao vivo coletiva de despedida de Jhon Arias
Mario Bittencourt e Jhon Arias na coletiva de despedida do atacante. (Foto: Reprodução/YouTube)

Outras propostas e saída 'tardia' de Arias

O presidente também destacou que as investidas no jogador não são um assunto recente e que na temporada passada recebeu investidas em valores milionários, mas ainda abaixo do que foi negociado neste momento.

Bittencourt destacou que "digno da nossa parte", se referindo ao Fluminense, que tentasse uma negociação de Arias mediante uma proposta Robusta, principalmente pela idade do jogador. Ao contrário da maioria, o colombiano está chegando na Europa com uma idade avançada em comparação aos demais. Pensando numa negociação que fosse benéfica para o atacante e para o próprio Fluminense, o momento da venda se deu como oportuno.

- Na janela do ano passado, e ele [Arias] sabe disso, recebemos duas propostas. Uma de 7 milhões de euros e uma de 12, certo? Com todo respeito, é digno do clube entender que talvez seja a última oportunidade dele realizar o sonho dele, sabe? É bonito e digno da nossa parte pensar isso depois de quatro anos do jogador aqui, aos 28 anos de idade. E talvez seja a grande chance de jogando lá, talvez no futuro, ele ir para um outro clube lá. Então, sim, tudo isso foi construído a várias mãos. O jogador, o clube, o staff do jogador e o clube de lá, que também foi compreensível. (...) Ele só saiu da Colômbia com 23. Se ele tivesse saído com 18, com 19, esse momento estaria acontecendo quando ele tinha 23. Esse momento está acontecendo com 28, porque ele só chega aqui com 23 - disse o presidente na coletiva.