Transportar 276 atletas, comissões técnicas, outros profissionais da delegação e seus equipamentos para as Olimpíadas exige uma logística complexa e cuidadosa. Alguns esportes demandam ainda mais atenção. No hipismo, levar os cavalos do Time Brasil para Paris é um grande desafio para o Comitê Olímpico do Brasil (COB).
Nos Jogos de Tóquio-2020, mais de 300 cavalos viajaram para o Japão em 19 aviões e 185 caminhões. Para os Jogos de Paris-2024, que começam no próximo dia 26/6, o Brasil viajou com nove atletas (sete titulares e dois reservas) e o mesmo número de cavalos.
Como é o transporte dos cavalos para as Olimpíadas
Principais companheiros dos cavaleiros da delegação olímpica, o transporte dos cavalos para as Olimpíadas demanda cuidados específicos com a saúde deles. Cada animal pode custar milhões de dólares, por isso, antes do embarque é necessário um processo trabalhoso de documentação e realização de exames.
Cada país ainda exige um período de quarentena específico para proteger tanto os animais quanto as fronteiras sanitárias.
Como a viagem precisa ser rápida, os animais vão de avião, no que é equivalente a uma classe executiva para passageiros humanos. Em cada contêiner são transportados três cavalos, com cuidado para não colocar dois garanhões — machos não-castrados — no mesmo espaço, para evitar brigas e acidentes.
Tratadores e veterinários também viajam com os animais e, segundo o COB, eles possuem uma credencial específica por serem altamente especializados na modalidade.
Viagem sem estresse
Uma das principais preocupações é minimizar o estresse dos cavalos durante a viagem para o local das Olimpíadas. Isso pode prejudicar a saúde e a performance deles. Depois da chegada, eles passam por um período de recuperação da viagem e aclimatação às novas cocheiras e locais de treino.
“O transporte dos cavalos do Time Brasil tem algumas particularidades. Primeiro, pelo valor, são animais que custam milhões de dólares. Os cavalos não podem passar por nenhum estresse em toda a viagem. E isso pode acontecer, se você não tiver atenção. Por isso, trabalhamos nos mínimos detalhes”, afirmou Joyce Ardies, gerente de Jogos e Operações Internacionais e subchefe da Missão Paris 2024.
Em Paris-2024, o Brasil terá sete atletas competindo no hipismo com dois reservas, nas categorias salto e CCE. Eles são Yuri Mansur (hipismo saltos), Stephan Barcha (hipismo saltos), Pedro Veniss (hipismo saltos), Rodrigo Pessoa (hipismo saltos), João Victor Marcari Oliva (hipismo adestramento), Carlos Parro (hipismo CCE), Márcio Carvalho Jorge (hipismo CCE), Rafael Losano (hipismo CCE), Ruy Fonseca (hipismo CCE) formam a delegação brasileira na modalidade.
“O papel principal do COB é trabalhar com uma empresa especializada, colocar profissionais com alto conhecimento técnico e proporcionar o maior conforto possível no transporte deles. Desde o haras de origem até o local de competição, tem de ser o transporte o mais rápido possível. É, com certeza, um dos nossos maiores desafios logísticos”, contou João Gabriel Pinheiro, integrante da equipe de logística do COB.