A Superliga 23/24 marca a 30ª edição do principal torneio da liga nacional. Relembrando a história, analisando o presente e projetando o futuro, a reportagem de O Tempo Sports conversou com personalidades ligadas à modalidade, como atletas, técnicos, gestores, jornalistas e outros, e traz reflexões sobre o esporte, além de o que pode melhorar para o futuro.
Érika Coimbra, ex-jogadora e medalhista olímpica pela seleção brasileira
“Nas minhas memórias parece que foi ontem. Joguei a primeira Superliga em 1997 e era tudo novo. Tínhamos uma bola que era toda branca, super difícil de ver. E era pesada, parecia um coco, e só depois que vieram com tecnologias novas para as bolas, como as que temos hoje. Depois veio a Mikasa depois da Olimpíada de Atlanta. Era uma bola pesada, que às vezes até machucava.
Quando comecei a jogar, já era no esquema 'pontos corridos', quando acabou a vantagem. Além da velocidade do jogo ser mais rápida assim sem vantagem, a gente ganha mais visibilidade da televisão. Estávamos nessa luta, porque o vôlei crescendo, passando para a Superliga passava mais na TV e isso também começou a dar carreiras mais longas às jogadoras, com menos lesões e menos desgastes.
No momento em que as brasileiras começaram a representar o país em torneios internacionais, muitas vezes traziam na bagagem, além das medalhas e troféus, aprendizados de como outros países já disputavam o voleibol. Isso foi, aos poucos, moldando o torneio, que aprendeu e evoluiu muito rápido.
Em 2001, naquele timaço do MRV Minas, estreamos a Arena construída no clube. Quando ela foi criada, trouxe muita modernidade. Parecia coisa vinda do Japão. Rodamos o mundo e aqui não tinha ginásios assim, com o piso bom, com amortecimento embaixo. Daí, outros times passaram a trazer isso para o Brasil.
O vôlei ficou mais profissional. A Superliga começou a ter visibilidade, foi para o SporTV, aí trouxemos outro bronze. Toda a medalha olímpica interfere no campeonato nacional. Então, a Superliga começou a crescer e os ginásios ficaram cheios de pessoas apaixonadas pelo vôlei. Chegou mais investimento. Hoje temos um super campeonato, um dos melhores do mundo.
Claro que eu acho que ainda falta investimento, porque uma Superliga desse nível não poderia ter só 12 times, tinha que ter 17, 20 times bons. Ainda falta muita coisa para chegarmos onde queremos e onde a Superliga merece.
Um desses caminhos, para ela, pode ser o retorno do torneio à televisão aberta. Hoje, a maior parte é transmitida somente pelo SporTV2, e as finais, em jogo único, voltaram para a televisão aberta, na Globo, na última temporada. Nem que venda para outra televisão menor, mas que passe para o povo todo, que não seja só o na TV paga. Aí as pessoas aprendem a ver, torcer e pode virar entretenimento, como é o futebol do domingo. Isso vai ajudar com que outros empresários queiram investir e acreditem que vão ter resultados.
Serginho, ex-jogador e maior vencedor da Superliga (9 títulos)
Nem no meu melhor sonho imaginei ser 9 vezes campeão e recordista de títulos da Superliga, o campeonato de vôlei mais importante do país, representando dois times de Minas Gerais e fazendo parte da mudança do cenário e hegemonia do vôlei nacional.
Acompanhei a Superliga desde o início, quando estava nas categorias de base, e é notória e evolução e desenvolvimento do esporte, que agora conta com um evento expressivo que revela e atrai atletas de outros países também. Mudanças na regra e a participação dos veículos de comunicação têm aproximado os nossos eventos de grandes eventos que estamos acostumados a ver mundo afora. Entretenimento dentro e fora das quadras.
A evolução é intimamente ligada à economia. Com mais investimento, tivemos mais atletas de alto nível jogando por aqui, brasileiros e estrangeiros. Sem investimento, perdemos as referências nacionais para países com maior investimento e pulamos uma etapa dos atletas que estavam saindo da base e caíram de paraquedas em equipes adultas profissionais.
Espero maior representatividade de patrocinadores que pensam a médio longo prazo para que essas equipes novas tenham fôlego para entrar e permanecer.
Eu tenho três momentos favoritos. O primeiro foi na primeira Superliga, que eu fui campeão com o Minas. Eu tinha ido embora para o Rio Grande do Sul, foi o primeiro ano que a Telemig Celular entrou no clube e fez um timaço de ponta. Recebi várias propostas e fui para a Ulbra, que era o atual tricampeão da Superliga. Lá eu fui muito feliz, mas não fui campeão. Voltei para o Minas no ano seguinte e ele havia sido campeão. Eu fiquei com aquele peso nas costas, né? Poxa, eu saí e o time ganhou, agora que voltei o time tem que ganhar também. Então, foi um peso a mais que carreguei na minha mochila, rumo ao primeiro título.
Nunca tinha sonhado que ganharia um. Sempre achei muito distante. Mas quando ganhamos o primeiro, abriu uma porteira para uma carreira vitoriosa na Superliga.
O segundo foi pelo Sada Cruzeiro, quando a gente estava perdendo por 2 x 0 na semifinal para o Taubaté. Nenhum time havia virado uma semifinal perdendo de 2 a 0 e fomos campeões. E a terceira e última foi 17/18, em dois jogos contra o Sesi, disputadíssimos. Ganhamos por 3 x 2 lá no Ibirapuera e ganhamos por 3 x 2 aqui no Mineirinho, para fechar com chave de ouro. Foi um jogo bonito, bem jogado, porque geralmente as finais não são jogos muito bonitos. São jogos muito travados e fica feio de se ver. Nessa Superliga os jogos foram lindos. A gente jogou bem, os caras também jogaram muito bem e valorizaram muito a vitória. Foi um jogaço de vôlei para quem é amante do esporte.
Carol Gattaz, jogadora do Gerdau Minas e medalhista olímpica
A gente vê que é claro que tem uma evolução ao longo desses 30 anos. Eu posso falar que joguei quase 20 edições, e a evolução é nítida, é grande, assim como o voleibol no Brasil evolui e cresce a cada ano.
Você vê que hoje em dia o número de telespectadores na TV, todos os jogos passando na TV, o tanto de fãs que lotam todos os jogos. Então, esse crescimento que aconteceu na Superliga, para nós atletas, é muito importante, porque atrai mais patrocínios, consegue que as equipes fiquem mais fortes e consequentemente contratem mais jogadoras para que, futuramente, a gente consiga tentar competir.
É muito difícil competir lá fora, porque as ligas turcas, as ligas italianas, as principais, têm muito dinheiro em euros. As atletas recebem euros e em dólar, e fica muito difícil competir com aqui, mas eu acho que cada ano, se a gente conseguir trazer algumas jogadoras importantes para cá, eu acho que o nível da nossa Superliga só tem de aumentar.
A gente sabe que ainda falta muita coisa, algumas coisas que poderiam ser feitas por parte das organizações, das confederações, mas acho que a gente está no caminho certo, que a gente está melhorando a cada ano. Esperamos sempre que esses patrocínios continuem vindo e que a gente continue apostando no voleibol, principalmente na base, que é onde a gente constrói ótimos times para o futuro. É esse caminho. A Superliga cresceu, vem crescendo, espero que cresça ainda mais.
Filipe Ferraz, ex-jogador e técnico do Sada Cruzeiro
30 anos de Superliga. Eu, com 43, não vivenciei o início em 94, mas ali por volta de 5 ou 6 anos depois já estava disputando a minha primeira Superliga no 99, 2000, jogando pela equipe do Santo André. Essa foi uma equipe que me deu a oportunidade de aparecer para o cenário do vôlei e esse nome ficou enraizado.
E a gente vê isso, o quanto que é importante, termos um torneio consistente, equipes campeoníssimas, assim como o Sada Cruzeiro e o Minas Tênis Clube, que mantém uma hegemonia de tradição de clubes. Acho que isso é que é importante. Não podemos cair na cilada de, às vezes, ter um time de veraneio, que vem de vez em quando, aparece e sai.
É importante saber que a partir da criação da Superliga a gente começou a trazer frutos para o nosso voleibol, com títulos de Mundiais e de Olimpíadas. Acho que estamos no caminho certo.
Tenho que parabenizar ao voleibol, agradecer por tudo que conquistei hoje como atleta e também agora como treinador. Devo ao voleibol a esses 30 anos e queria parabenizar todos os envolvidos que fazem parte e fazem isso crescer. Sabemos que temos um trabalho imenso ainda pela frente com os jovens que estão vindo e a responsabilidade só aumenta.
Radamés Lattari, presidente da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV)
A Superliga completa 30 anos como referência de competição esportiva nacional e exemplo para outros países. Temos uma competição de alto nível técnico, com jogadores que já passaram pela seleção brasileira e por seleções de outros países, como Argentina, Canadá, Estados Unidos, Bulgária e Cuba.
O interesse dos estrangeiros de disputar a competição reforça o peso que a Superliga tem no cenário internacional. Ter uma competição com essa força é importante para o surgimento e desenvolvimento de novos talentos e de jovens jogadores. Estamos muito felizes de celebrar essas três décadas com uma edição especial, marcada pela chegada de um novo parceiro, a Bet7K, o que também mostra a relevância da Superliga para o mercado
Lélio Gustavo, jornalista e comentarista da FM O TEMPO 91.7
Falando sobre a Superliga, temos que voltar nos anos 80, onde foi o surgimento da ideia, com a entrada da Liga Nacional de Clubes. A gente tinha um campeonato brasileiro que, pra falar a verdade, ele era meio que feito nas coxas. Você ficava sabendo que ia acontecer uma decisão esporadicamente, porque nem a mídia esportiva cobria. Eram poucos repórteres especializados, pra falar a verdade.
Aí você pega o início da Superliga ali no final dos anos 80, que teve até um domínio absoluto do Banespa, que era treinado pelo Josenildo Carvalho, até a criação definitiva da Superliga.
A chegada da Superliga, na verdade, foi a realização de um grande sonho do então presidente da Confederação Brasileira de Voleibol, o Carlos Arthur Nuzman. O vôlei já era meio que tido e havido como um esporte muito organizado. Depois do vice-campeonato mundial de 82 que o Brasil conquistou na Argentina, perdendo a final para a Uniião Soviética. houve um crescimento muito grande e o interesse foi aumentando, graças muito também à Rede Bandeirantes que começou a transmitir os jogos, não só da seleção brasileira como Campeonato Paulista e alguns jogos desse Campeonato Brasileiro de Vôlei.
Tanto que depois o Luciano do Valle, após a olimpíada de 84, consegue colocar 100 mil pessoas no maracanã para assistir um jogo de vôlei debaixo de chuva, que foi Brasil e União Soviética. Era um esporte que atraía um grande público.
Então, com o vice-campeonato mundial e vice-campeonato olímpico, o que acontecia no Brasil é que nessas decisões o Maracanãzinho estava cheio, o Ibirapuera estava cheio, o Mineirinho estava cheio em jogos do Minas, ou seja, existia um público consumidor.
O Nuzman sempre bateu na tecla da organização. Para ele, sempre constituiu muito do patrocínio e do profissionalismo que também tinha que vir dos clubes, e aí, com isso fechado, e ele vendo que os clubes que já eram empresas na sua grande (Banespa, Pirelli, Frango Sul, Ulbra, Chapecó, Sadia, etc), ele juntou isso tudo com algumas grandes marcas do vôlei brasileiro, como a do próprio Minas, que é um clube formador, e nasce a Superliga, que é um sucesso até hoje.
Isso tudo passa muito pela coragem do Nuzman e os dirigentes do vôlei brasileiro como o Urbano Brochado Santiago, o Luiz Eymard, Élcio Lunan, Josenildo Carvalho, Bebeto de Freitas, etc. Esses caras realmente abriram os caminhos para o voleibol ser essa potência que é até hoje.
Depois da medalha de ouro olímpica em 91, aí que o vôlei explodiu mesmo. Quando a seleção jogava aqui em Belo Horizonte, não era para menos de 25 mil pessoas. E era assim por onde ela passava. Isso, certamente, ajudou e muito a fortalecer e criar a Superliga.
Henrique Netto, ex-jogador e Diretor de Novos Negócios da CBV
Eu estou muito feliz nessa edição, no início dessa Superliga que comemora 30 anos. Eu fui um ex-atleta, joguei a primeira Superliga 30 anos atrás, e é uma satisfação muito grande estar aqui, nesse momento de celebração.
Este ano a gente traz o novo patrocinador, a Bet7K que entra com os naming rights, além do Banco do Brasil também, que é o maior fomentador do esporte nacional, talvez, extrapolando até a questão do voleibol, com também outros 30 anos de patrocínio.
Tem muita coisa bacana vindo. O Cravada, que é nosso Fantasy Game, que faz com que os jovens consigam conhecer os jogadores e formar suas ligas. A gente começa a dialogar com eles e isso é muito importante para nós estraegicamente.
Temos agora, como novidade, também o Cravada no app, então, os nossos fãs vão poder baixar o aplicativo e assim jogarem. Estamos fazendo um NFT, que são as figurinhas digitais também a partir do Cravada, então, tem muita coisa bacana para tentar sempre dialogar com esse público jovem, que temos um pouco mais de dificuldade.
Estrategicamente estamos trabalhando muito nisso e eu acho que é um momento ótimo para que tudo isso dê muito certo, e eu espero que o sucesso continue.
A Superliga é uma grande competição, uma competição consolidada no nosso cenário da CBV, que é extremamente bem organizada em termos de governança, em termos comerciais, de marketing, área técnica etc, então, a gente continuar nessa crescente, que já é um produto maduro, consolidado, e isso tem tudo para continuar mantendo esse nível e alcançando outras dimensões. Esses planos também incluem a questão do nosso próprio canal, a transmissão dos jogos pelo streaming em parceria com o Sportv, então, a gente está levando o vôlei e consolidando cada vez mais a competição e as próprias iniciativas comerciais e de negócios da Confederação.
Daniel Bortoletto, fundador e editor-chefe do Web Vôlei
Nos últimos anos, um dos grandes feitos da Superliga foi poder exibir todos os seus jogos para o público. Hoje, se você está em casa, você consegue acompanhar via SporTV, ou streaming do canal da CBV, todas as partidas. Isso é uma mudança de patamar. Menos do que isso não dá pra aceitar mais. Acho que isso tem que ser exaltado como algo bacana que aconteceu nos últimos anos.
Mas eu ainda vejo uma necessidade do produto Superliga ser explorado de uma forma melhor. E aí, são coisas que eu já falo, repito ou escrevo há muito tempo. Eu acho que o 'produto vôlei' ainda tem uma demanda reprimida para fazer muita coisa. Por exemplo você ter um jogo das estrelas, fazer uma abertura diferente de campeonato, etc. Este anos a Superliga feminina já começou com o jogo antecipado que quase foi escondido no meio do Pan-Americano e meio de Supercopa, então, assim acho que algumas coisas ainda têm que ser repensadas para que o produto seja melhor explorado. Precisa de dinheiro? Precisa. Mas eu acho que o vôlei brasileiro que comemora 30 anos de Superliga já teve tempo demais para conseguir colocar algumas coisas de pé.
Hoje a gente poderia ter uma abertura de campeonato com os brasileiros enfrentando os estrangeiros, a gente poderia usar o marketing do vôlei para alavancar uma competição que já é boa que já tem seus méritos mas que, ainda como produto, poderia melhorar comparado com coisas que a gente vê fora do Brasil já há muito tempo.
Um ponto a mais que eu acho que é necessário de evoluir e não é de hoje é permitir que os jogos tenham a sua súmula online exibida para quem não está acompanhando pela TV. Eu recebo todo ano muitas mensagens de jornalistas do exterior que por acaso não têm acesso à TV brasileira ou não assinam o Canal Olímpico e querem escrever sobre os jogos e a súmula não funciona. Acaba o jogo e você não tem o maior pontuador. Então, assim, é preciso ainda fazer com que o campeonato tenha uma entrega melhor de informação. Se você olhar para campeonatos do exterior você acha com facilidade, e no Brasil ainda se tem uma dificuldade.
Aí também vai uma crítica aos clubes. Acredito que existe ainda uma necessidade de melhoria da forma de entregar conteúdo, não só para o torcedor, mas para quem está assistindo e para os veículos de comunicação em si. Acho que são coisas que não são tão difíceis de evoluir ano a ano.
Algumas das principais batalhas já estão sendo vencidas, existe uma promessa de ter mais desafio eletrônico nos jogos, algo que também é inadmissível hoje não ter numa competição desse tamanho, e, aos poucos, a Superliga vai tendo algumas características que faltavam. Ainda temos um longo caminho para percorrer para que ela seja realmente uma das maiores do mundo.
Bruno Voloch, jornalista e colunista de O TEMPO Sports
O formato não funciona. O resultado das nossas seleções nos mundiais e olimpíadas e principalmente nos respectivos campeonato envolvendo as seleções de base evidencia o modelo retrógrado. A CBV não incentiva, como na Itália, o surgimento de novos valores e cabe aos clubes se virarem, literalmente. Os times que aparecem fora desse eixo são pouco confiáveis e os projetos muitas vezes não duram mais de 2 temporadas.
Os clubes precisariam administrar o próprio campeonato, como faz a NBB. A CBV cuidaria das seleções. Simples. O regulamente é cansativo, o mesmo basicamente há duas décadas. O primeiro e segundo colocados, por exemplo, poderiam avançar direto para as semifinais, abrindo vaga para nono e décimo colocados disputarem os playoffs. Jogo único é injusto, mas aqui ainda somos reféns da televisão. VAR em todos os jogos é obrigação, ainda mais com a fragilidade técnica da artbitragem.
Jonathan Costa, fundador do Portal Vôlei
É notório que nos últimos anos, o vôlei e a Superliga despertaram um maior interesse do grande público, a chegada da internet foi a ponte necessária pra aproximar ainda mais o fã do esporte da competição. Como administrador e criador do Portal Vôlei Brasil, percebo que o interesse no produto Superliga vem crescendo ano após ano, a procura, a curiosidade em entender mais sobre a competição é grande, e diariamente o perfil recebe perguntas relacionadas a competição.
Considero que os perfis independentes têm grande parcela de responsabilidade na ampliação da competição para o grande público, já que muitas pessoas não tem acesso as transmissões e esses perfis tem a missão de levar a imagem do jogo, números e fatos através de postagens a quem, por algum motivo, só consegue acompanhar via redes sociais. A internet e os perfis cumprem bem essa ponte, ajudando na divulgação com mobilização de tags, informando a programação de jogos, coberturas em tempo real, estatísticas e criando campanhas em prol das equipes e atletas.
Traçando uma linha do tempo de 1993 a 2023, podemos acompanhar grandes revoluções dentro do esporte vividas na Superliga, como a criação da posição de líbero em 1998, a implantação da tecnologia de desafio, que auxilia e traz precisão nas marcações da equipe de arbitragem, o acréscimo de punições a equipes e torcidas que praticarem racismo, homofobia ou qualquer tipo de discriminação, e também a interatividade com o espectador, onde quem assiste a partida ajuda a eleger o(a) melhor do jogo.
O nível técnico da Superliga também melhorou bastante, a evolução do esporte exige cada vez mais dos atletas, as equipes passaram a investir mais, oferecendo boa estrutura, trabalho psicológico, alimentação especial e preparação física com equipamentos e técnicas avançadas. Isso também se reflete na longevidade dos atletas dentro da competição, hoje é normal a presença de jogadores e jogadoras acima dos 40 anos disputando a competição em alto nível.
Foram 30 anos de bom voleibol e de evolução constante, um dos maiores campeonatos do mundo mostra ano após ano que ainda pode alcançar voos maiores, com representantes de todas as regiões do país, para assim a oferecer aos fãs, atletas, clubes e patrocinadores uma competição mais inclusiva, competitiva e organizada.
Como criador de conteúdo, vivo diariamente o vôlei e analiso que ainda tem muito a melhorar. Traçando um paralelo, nesses 30 anos é visível que a Superliga vem se apresentando como um produto cada vez mais importante ao grande público, com inovações tecnológicas como e-commerce e fantasy game e a utilização de linguagem mais jovem nas redes, ferramentas que ajudam a tornar o esporte mais popular e auxiliam na aproximação dos fãs a competição.