A primeira semana da Liga das Nações começou para a seleção masculina na última quarta (7/6), em Ottawa, no Canadá. Um atleta que conhece muito bem o país é o ponteiro Arthur Bento, do Itambé Minas, que completou só 19 anos nesta quinta (8/6). Criado no país norte-americano dos 5 aos 15 anos, o ponteiro de 2,08m veio para o Brasil seguir carreira no vôlei.
Agora, teve a oportunidade de fazer sua estreia pela seleção adulta, em sua primeira convocação, na frente da família, que ainda mora no Canadá.
“Muito bacana conseguir fazer a estreia aqui no Canadá, onde cresci e passei 10 anos da minha vida. Vi alguns amigos que estão na seleção sub-21 do Canadá, com quem joguei desde os oito anos. Meu parceiro de vôlei de praia, com quem joguei por seis anos direto, estava lá me vendo jogar, me abraçou depois”, comentou Bento.
O caçula do grupo, que nem completou 20 anos ainda, falou sobre como seria ver os pais na arquibancada no dia do aniversário.
“Não sei nem o que falar. É legal fazer o aniversário no meio da Liga das Nações. Vou passar um pouco de vergonha também, meus pais provavelmente vão estar com uma placa na torcida... Não sei o sentimento ainda. Estou estreando em uma Liga das Nações. Vai ser legal demais esse dia”, disse Arthur. “A experiência está sendo ótima, estou gostando demais de estar na seleção. Sou muito grato por estar aqui e pelo Renan reconhecer o meu trabalho", continuou.
Antes de ser convocado por Dal Zotto, Arthur estava com a seleção sub-21, da qual era capitão, em Saquarema. Na ausência de Leal, que ainda não se apresentou, foi chamado para brigar por uma vaga na entrada de rede.
Vôlei no DNA
Filho da ex-jogadora de vôlei de praia Adriana Bento, Arthur foi morar no Canadá aos 5 anos, depois que seu pai, o ex-nadador da seleção brasileira Maurício Buczmiejuk, recebeu uma proposta de trabalho no país. Antes das quadras, se arriscou no futebol, mas preferiu seguir com as mãos. Foi pelo vôlei que voltou ao Brasil.
“Foi uma decisão difícil. O planejado era eu ficar dois meses no Brasil, disputar uns torneios e voltar para o Canadá para terminar o colégio aqui. Mas eu gostei muito quando estava lá, falei com a minha mãe que queria ficar no Brasil, e ela me ajudou nessa decisão. Tinha dias em que eu sentia muita saudade, mas eu fui muito bem recebido no Minas Tênis Clube. E eu gosto muito de jogar vôlei, então ia treinar toda hora, ia ver treino, ajudar a pegar bola no treino do adulto. E isso me ajudava a não pensar que estava longe da família”, lembrou o ponteiro.
Para Arthur, é justamente esse gosto pelo vôlei e sua curiosidade para aprender que o ajudaram a chegar à seleção tão jovem.
“Minha evolução também foi por ser curioso, perguntar muito. Minha curiosidade me fez evoluir mais, passar mais rápido pelos passos. No primeiro amistoso, eu perguntei coisas para o Flavio, para o Adriano, porque eu estava um pouco nervoso com a estreia. E eles me ajudaram. Estou aprendendo muita coisa com a comissão técnica e com os atletas”, concluiu Arthur.