A campanha do sexto lugar na Superliga masculina de vôlei na última temporada encheu o Azulim Gabarito Uberlândia de motivação e expectativa para a edição seguinte. Mas o que se viu desde que a temporada 2021/2022 começou foi um cenário bem diferente, provocado por diversos fatores. No maior torneio do país, o Uberlândia é o lanterna, sem vencer após 17 jogos e virtualmente rebaixado. 

O time teve imprevistos ainda no começo da temporada, com a saída do técnico Pedro Moska para o Sada Tambasa Argos, time feminino da Superliga C. Além disso, a verba dos patrocinadores foi reduzida após o começo dos trabalhos, prejudicando o planejamento da diretoria. Negociar novos salários foi necessário e a diretoria acabou ficando sem um total de oito peças, entre jogadores e comissão técnica.

"Tivemos que passar por algumas circunstâncias, mas esperávamos pelo menos repetir a campanha da última temporada. Foi uma surpresa grande tudo que aconteceu. Temos um time jovem que faz tudo que é possível dentro de quadra. Mas se eu disser que não estou surpreso, estaria mentindo. Esperava algumas vitórias até este momento", comenta o gestor Manoel Honorato, que foi o treinador na última temporada.

Manoel identificou situações que acabaram afetando o desempenho dentro de quadra, muitas delas provocadas pela juventude do grupo. Muitas peças disputam a Superliga pela primeira vez na carreira. "O trabalho de inteligência emocional com jovens atletas precisa ser ainda maior. Acho que faltou alguns assumirem o jogo mais. Eles são guerreiros, mas nos faltou rodagem em muitos momentos. Alguns não têm conseguido aproveitar a oportunidade de estar na elite, que não sabemos se vai continuar acontecendo. Espero que sim, mas nunca se sabe", pondera Honorato. 

"O time da última Superliga era mais concentrado. Acho que o time deste ano sentiu muito a parte psicológico, isso afetou bastante. O investimento também não foi o mesmo e estes fatores reunidos acabaram dando nestes resultados", lamenta. 

Reunião sem CT

Para deixar os jogadores mais à vontade, Manoel reuniu o grupo sem a presença da comissão técnica para tentar entender o que se passa na cabeça dos atletas. O gestor aprovou bastante o encontro e espera que um novo time comece a aparecer já nas próximas rodadas.

"Eles puderem desabafar e conversar de uma forma mais aberta. Se eles não acreditarem na própria capacidade, quem o fará? Se eu não esperar que a situação pode ser revertida, quem o fará?", indaga o diretor.

Independentemente da queda para a Superliga B, Honorato mantém a certeza de que seu trabalho seguirá dando frutos. "Os imprevistos quebraram nossas pernas, mas não nossos braços, mãos, cabeça, coração e mente. Andei muito pelo Brasil nos últimos meses para mostrar o projeto de inserção social e da Academia do Vôlei na elite. Tenham a certeza que seguiremos fortes no futuro", projeta.