Ah, se meu fusca falasse! A expressão, na boca de todo amante do modelo, ganha ainda mais força quando se trata de um colecionador. Daqueles do tipo que fazem questão de um carro com placa preta: esses veículos circulam no país há cerca de 20 anos, mas ainda existem muitos equívocos sobre eles.
Para ter o direito a desfilar com um fusca com placa preta – ou qualquer outro modelo com 30 anos de fabricação –, o proprietário precisa de um certificado de originalidade, avaliado por clubes credenciados ao Denatran em uma vistoria.
“Só um certificador credenciado pode verificar se o veículo tem, no mínimo, 80% de suas características originais preservadas e 70% do estado de conservação preservados para garantir a troca pela placa preta”, explicou Dimas Tadeu, certificador em Minas.
Com o parecer positivo do certificador, o proprietário pode solicitar ao Detran a placa preta. Com ela em mãos, o veículo fica isento de impostos. A placa não muda, e será entregue ao proprietário um novo Certificado de Registro e Licenciamento de Veículos (CRLV) e Certificado de registro de veículo (CRV) com os dados alterados. “Mas caso o motorista venda o veículo, o novo dono não herda a placa preta”, alerta Tadeu. É preciso fazer uma nova vistoria.
Valorização
Um carro de placa preta é, geralmente, mais valorizado do que um modelo similar em iguais condições de preservação. Segundo Dimas Tadeu, um fusca conservado, por exemplo, custa em média R$ 3.000, enquanto um de placa preta pode chegar aos R$ 15 mil.
Atenção
Um veículo malconservado, mas original, não é um candidato à placa preta. “Muitas pessoas também pensam que esses veículos têm limitação de circulação, não podem andar em BRs, e isso é mentira. Não há restrição alguma”, contou Dimas Tadeu.