Socorro financeiro
Por que a CBF, mesmo com R$ 700 milhões em caixa, não pode ajudar mais os clubes
Em entrevista à Super 91,7 FM, secretário geral Walter Feldman explica que o dinheiro está reservado para pagar despesas dos campeonatos e não poderia ser simplesmente repassados aos clubes
A CBF obteve, no ano passado, a maior receita de sua história, chegando a R$ 957 milhões. O lucro líquido também foi recorde no período: R$ 190 milhões. Segundo estudo da Sports Value, empresa especializada em negócios e marketing esportivo, a confederação nacional tem hoje, em caixa, cerca de R$ 700 milhões.
Em meio à pandemia do novo coronavírus, a CBF decidiu ajudar clubes das Séries C e D, futebol feminino e federações, com um repasse de R$ 19 milhões. A esse montante se junta ainda o auxílio destinado a árbitros e outras doações, como os R$ 5 milhões arrecadados com jogadores e membros da seleção brasileira, que destinou cestas básicas a 32 mil famílias brasileiras. A ajuda total chega a R$ 40 milhões até aqui.
Embora vultuosa, o valor destinado pela CBF parece pequeno, frente os R$ 700 milhões em caixa. Em entrevista à rádio Super 91,7 Fm nesta segunda-feira, o secretário geral da entidade, Walter Feldman, explicou porque a confederação não pode destinar mais dinheiro para socorrer os clubes neste momento de dificuldade.
"No ano passado, nós gastamos R$ 537 milhões no financiamento das 20 competições nacionais, com apoio às competições regionais. Esse é um dinheiro provisionado para que no ano de 2020 possamos ainda continuar realizando essas competições. Quando avançamos no sentido de apoio aos clubes, é dentro de limites bastante estreitos até porque esse adicional de valor, de lucro está incluído o repasse do legado da Copa do Mundo de 2014. São U$ 40 milhões, que deu uma injeção maior para a análise contábil", explicou.
Segundo Feldman, a CBF tem tentado auxiliar os clubes na busca de empréstimos para aliviar os problemas. Os times da Série B, inclusive, já tiveram uma verba adiantada. "A CBF vem neste momento em busca de linhas de crédito para as séries A e B. Dentro desses R$ 40 milhões, teve um repasse, um adiantamento para a Série B, onde está incluído o América. Neste momento, há uma demanda da Série B para que haja uma complementação em relação ao contrato da Globo", ressaltou Feldman.
O dinheiro que a CBF tem hoje, segundo Feldman, é fundamental para o fomento das competições nacionais. Os clubes, de fato, recebe ajudas de custas, como passagens aéreas e despesas de hospedagem e alimentação, no caso de times da Série D.
"Estamos de maneira ininterrupta buscando um mecanismo para que os clubes possam sobreviver neste período, mas sem abalar o caixa da CBF, que é destinado para a manutenção das competições brasileiras. Se dermos aos clubes neste momento o que eles necessitam, nós teríamos que cancelar algumas das nossas competições", ponderou Feldman.
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