Finanças
Dívidas e pandemia podem complicar futuro de América, Atlético e Cruzeiro
Más administrações e modelo societário seriam fatores de agravamento da crise financeira dos clubes
Uma conversa entre o advogado Marcos Motta, da Bichara e Motta advogados, e os economistas Fernando Ferreira, da Pluri Consultoria, e Gustavo Hazan e Pedro Daniel, da Ernst & Young Global, tratou sobre o futuro financeiro dos principais clubes brasileiros. O debate foi transmitido pelo canal Hubstage, no Facebook.
Os efeitos da pandemia nas finanças dos clubes foram analisados, assim como as receitas provenientes dos direitos de transmissão, do licenciamento de marcas e da negociação de jogadores com o mercado exterior. Na opinião unânime dos analistas, é condição imperativa para o bom funcionamento das instituições terem boas administrações, com probidade e transparência.
“Assim como as demais indústrias, a do futebol será fortemente atingida por causa da pandemia. Pelas características do futebol, que é um mercado interligado e precisa do matchday. A receita vai se reduzir de forma substancial. Dificilmente teremos jogos com público e o número de sócios-torcedores vai diminuir. A receita comercial também vai ser reduzida”, analisa Gustavo Hazan, da Ernst & Young.
Para eles, o endividamento dos clubes tem muito a ver com a capacidade de se manterem no topo das competições ou se reerguerem. Fluminense, América, Cruzeiro, Vasco, Sport e Atlético estão entre os clubes com situação mais delicada, o que pode implicar em queda de rendimento dentro de campo, além de perda de receitas e dificuldades em conseguir patrocínio.
A solução para o problema passa pela transformação nos clubes em clube-empresa, que pode facilitar o acesso a crédito. Além disso, os economistas apontaram o modelo societário, vigente nos principais clubes brasileiros, como retrógrados.
“Tudo está linkado, a parte esportiva, financeira, política e jurídica. Como fazer para ser atrativo para os investidores? Por que o investidor vai entrar num mercado que não há segurança? Ele vai procurar outro investimento. Isso acaba atraindo aventureiros, porque o modelo estimula isso, investimentos a curto prazo”, afirmou o economista Pedro Daniel.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.
Finanças