Análise
Recuperação histórica e contratempos: a permanência do América na Série A
Coelho conquistou pela primeira vez a manutenção na elite do futebol brasileiro, em temporada de reabilitação
O América respira mais aliviado após a vitória por 3 a 0 sobre a Chapecoense, na noite desta terça-feira (30), na Arena Independência, pela 35ª rodada do Campeonato Brasileiro. Isso porque, com esse resultado, alcançou os 49 pontos, e eliminou as chances matemáticas de ser rebaixado.
Apesar de conquistar o objetivo com duas rodadas de antecedência e sonhando com vaga em torneios continentais, como a Libertadores, de longe esta calmaria representa a exibição do América na Série A.
O Coelho iniciou o Campeonato Brasileiro com derrota para o Athletico-PR, por 1 a 0, na Arena da Baixada. A sequência não foi fácil, enfrentou ainda Corinthians e Flamengo, e não conseguiu pontuar. Resultados suficientes para que Lisca, que estava no cargo há um ano e quatro meses, pedisse demissão.
No jogo seguinte, sob o comando do interino Cauan de Almeida, o Coelho conquistou o primeiro ponto, diante do Cuiabá; porém sofreu novo revés para o Palmeiras.
Na chegada de Vagner Mancini, empate com o Juventude, e em seguida, com o Internacional: um alento ao torcedor. A primeira vitória ocorreu apenas na 8ª rodada, sobre o Bahia, na Arena Fonte Nova; resultado que tirou o time da zona de rebaixamento. Na 9ª rodada, novo triunfo sobre o Santos.
O balde de água fria veio de forma imediata, com a goleada para o Fortaleza, e outros quatro jogos sem vencer: Atlético, Sport, Grêmio e Atlético-GO. O Coelho retornou à zona de rebaixamento. Buscou a vitória sobre o Fluminense, empatou com a Chapecoense, e perdeu para o Red Bull Bragantino, até acontecer a virada de chave!
Emplacou uma sequência de oito jogos sem perder no campeonato: Ceará, Athletico-PR, Corinthians, São Paulo, Flamengo, Cuiabá, Palmeiras e Juventude. Fez lembrar a histórica campanha de recuperação protagonizada pelo mesmo time em 2019, na Série B – que não foi coroada com o acesso.
Conquistou nove posições em oitos jogos, saltando da 19ª onde estava na última rodada do primeiro turno, para a 10ª, na 25ª rodada. Oscilou novamente, tropeçou no Internacional. Foi a última cartada de Vagner Mancini no comando do time, antes de se dirigir para o Grêmio. Não houve tempo para lamentações, e veio o empate com o Bahia.
Tempo para a diretoria do América anunciar Marquinhos Santos, o substituto, que tinha o objetivo de conquistar os sonhados 45 pontos. Na época, havia conquistado 32 pontos. A estreia do treinador foi contra o Santos, na 28ª rodada; conquistou duas vitórias, frente ao Peixe e ao Fortaleza, e acabou tropeçando no rival Atlético.
O América se reequilibrou na corda bamba, em busca do número mágico. Bateu Sport e Grêmio – sob o comando de Vagner Mancini, e empatou com o Atlético-GO. Nem mesmo o tropeço para o Fluminense, à esta altura do campeonato, foi suficiente para desmotivar o time. Empatou com o Red Bull Bragantino e venceu a Chapecoense.
Agora, restando duas rodadas para o fim do Campeonato Brasileiro, com os 49 pontos conquistados, o América ocupa a 8ª colocação, e está dentro da zona de classificação para a Libertadores. O próximo confronto é direto contra o Ceará, nono colocado, com a mesma pontuação. A missão do América é vencer o Vozão e o São Paulo, os dois últimos adversários, para se garantir no torneio continental.
A temporada de recuperação, apesar de exaustiva para jogadores, comissão técnica, diretoria e torcedores, faz valer as temporadas anteriores, de bola na trave e gosto de quase. O sonho se tornou realidade, e agora o América bate asas para alcançar voos mais altos, e fazer história.
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