O Atlético voltou a decepcionar o torcedor. Atuando dentro do Mineirão, em um dia marcado pela reapresentação de Tardelli e com a presença de um time misto em campo, mas com nomes como Victor e outros experientes atletas, o Galo foi derrotado pela Caldense por 2 a 1. Resultado que intensificou as críticas ao trabalho do técnico venezuelano Rafael Dudamel, que em oito jogos à frente do time teve o segundo tropeço, registrando ainda três empates e três vitórias. Placar que acende o estado de alerta  para a partida de quinta-feira, quando time recebe o Unión, pelo jogo da volta da Copa Sul-Americana, no Independência, e precisa reverter o resultado após perder o primeiro jogo na Argentina por 3 a 0. 

Desde que foi anunciado, os holofotes e todo o pensamento alvinegro se concentram em Diego Tardelli. Não poderia ser diferente. O ídolo alvinegro chega para a sua terceira passagem no clube. "Volto para ser feliz", externou o atacante, de 34 anos. Apresentado oficialmente, ele vestiu a camisa e acompanhou do camarote o confronto frente à Caldense pela sexta rodada do Campeonato Mineiro. Como todos os presentes no estádio, possivelmente Tardelli deva ter tirado algumas conclusões sobre o time, como a necessidade de um finalizador. O que mais o torcedor queria na tarde deste domingo é que o novo 'antigo 9' estivesse em campo para ser esse cara.

O torcedor alvinegro está carente de um goleador. Conta a Caldense, o Galo chutou 10 bolas no gol, mas as finalizações erradas chegaram a 20. Em campo, Ricardo Oliveira seguiu com seu martírio. Nenhum golzinho sequer nas últimas 15 partidas. A estatística ainda é ampliada. Em 31 partidas, o Pastor marcou apenas um gol. E olha que chances aconteceram. Para piorar a situação, o Galo saiu atrás no marcador em uma bobeada. Marquinhos tentou acompanhar João Victor, não conseguiu e acabou tocando o atleta da Caldense dentro da área. Pênalti cobrado por Filipe Souza, abrindo o placar no Gigante da Pampulha.

Além do pé descalibrado, o time alvinegro parou ainda nas boas intervenções do goleiro Alyson, da Caldense. O jovem jogador, de 22 anos, nascido em Campinas, possui boa parte de sua formação no futebol do interior paulista, acumulando passagens por Bragantino, Noroeste, XV de Piracicaba e Grêmio Osasco. O alento atleticano concentrava-se em Guilherme Arana na lateral-esquerda, dando mostras de que ele pode dominar a posição.

No intervalo do jogo, Tardelli foi, acompanhado do time feminino, apresentado à torcida no Mineiro. Aquele contato estendido após o "Aerogalo" em Confins. E o jogador parece ter abençoado o gramado e seus companheiros. Uma benção que chegou a Igor Rabello. Em um dia de homenagens aos pracinhas que lutaram na segunda guerra mundial, coube ao 'general' Igor Rabello a missão de balançar as redes. Logo aos 13 minutos, o zagueiro venceu o goleiro Alyson no ataque aéreo e marcou seu primeiro gol com a camisa atleticana em 69 partidas. 

Mas o gol foi só um detalhe. O torcedor perdeu a paciência com Dudamel logo na sequência, o chamando de 'burro' quando sacou Nathan, que vinha bem na partida, para a entrada de Di Santo, outro atacante praticamente inoperante do clube. As saudades de Tardelli só aumentaram nas arquibancadas. A situação ficou ainda pior quando, aos 44 min, Zé Welison vacilou geral e permitiu o rápido avanço da Caldense. João Victor não perdoou, jogando um banho de água fria na torcida. As vaias foram a sinfonia até o fim do jogo, comprovando a fúria com o trabalho de Dudamel.