No último ano de seu mandato como presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara ainda não bateu o martelo, mas já dá mostras de que deve ser candidato à reeleição no fim de 2020. A confirmação será somente em setembro, mas, enquanto isso, o dirigente diz que está preparando o terreno para o próximo mandato, após três anos de ajustes no clube, quando teve sua administração pautada basicamente por um período de austeridade financeira, como ele mesmo gosta de falar.

Em algumas situações, Sette Câmara havia desconversado quando o assunto era reeleição. No entanto, com a previsão de conclusão das obras da Arena do Galo para meados de 2022, o fato de dirigir o clube no próximo triênio certamente colocará o próximo mandatário em um lugar de destaque na história do alvinegro, que completa 112 anos nesta quarta-feira (25).

"Não estou em campanha, acho que o momento é inoportuno para isso. Vou cumprir meu primeiro mandato e, lá para setembro, vou pensar se vou querer reeleição ou não. Mas acho super legítimo querer sair para a reeleição. É uma situação que poderia, sim, acontecer, até porque, no frigir dos ovos, embora o resultado no campo não tenha sido o melhor, não foi tão desastroso assim. O Atlético está na Série A e participou de competições internacionais. Quando recebi o clube, o time estava fora da Libertadores”, avaliou o presidente, em entrevista exclusiva ao programa Super.FC 1ª edição, da Rádio Super Notícia 91,7 FM, nesta terça-feira (24).

Apesar de ter a administração questionada por boa parte dos torcedores, já que o clube não ergueu nenhum troféu durante sua gestão, o dirigente fez um balanço positivo. “No meu primeiro ano, colocamos o time na Libertadores. No ano passado, quase chegamos à final da Copa Sul-Americana, e isso com certeza nos atrapalhou no Brasileiro. Mas melhoramos muito o nosso elenco. Se você pegar o elenco do Atlético em dezembro de 2018 e fizer a mesma coisa agora, você vai encontrar uma diferença substancial, sem falar nas vendas que fizemos, que trouxeram recursos para o clube, sendo R$ 105 milhões só no ano passado. Vender é uma das grandes fontes de receita que temos”, explicou Sette Câmara.

“Numa avaliação geral de gestão e futebol, me sinto legitimado a tentar a reeleição, até porque estou preparando terreno para que os próximos três anos sejam melhores que esses três primeiros anos, onde tive que fazer uma série de ajustes e medidas de cortes para depois montar um time e performar, porque só agora, no início do terceiro ano de mandato, que pude fazer contratações de peso, como o treinador e o diretor de futebol”, completou o presidente atleticano.

No entanto, Sette Câmara prefere não confirmar sua candidatura por enquanto. Segundo ele, questões pessoais e profissionais vão contar na hora de sua escolha. “Em setembro, vou tomar minha decisão pessoal, pode ser também que nessa época eu entenda que não é o caso, que estou desgastado e precisando dar um tempo, porque o Atlético toma um tempo enorme da gente, que acaba abandonando trabalho, família, amigos e convive com muita pressão, acaba afetando a sua saúde, eu envelheci muito por causa do Atlético, mas vou me decidir no final do ano", encerrou o dirigente.