Aposta alvinegra
Galo: 'Rei da queda', Mancini tem cinco títulos e 16 times em 15 anos
Treinador chega ao Atlético com contrato de três meses e como "tampão" até o fim da temporada
Erros de planejamento e falta de continuidade. Esses dois grandes problemas são uma constante na realidade do Atlético nos últimos anos.
Desde Cuca, exceção com 29 meses no comando do time, sendo mantido mesmo após um péssimo início e sofrer a histórica goleada por 6 a 1 para o Cruzeiro, o clube alvinegro só conseguiu uma boa sequência de trabalho com Levir Culpi. Campeão da épica Copa do Brasil em 2014, ele comandou o Galo por 19 meses, entre 2014 e 2015. Depois disso, porém, o Atlético se transformou em uma máquina de moer treinadores.
Vagner Mancini, curiosamente, o outro técnico no histórico 6 a 1, quando estava no Cruzeiro, será o 11º treinador atleticano em seis anos.
Desde a saída de Cuca, o Galo teve, em média, um comandante a cada seis meses e meio, incluindo o período de férias e pré-temporada. Depois do campeão da épica Libertadores em 2013, o Atlético teve Paulo Autuori por quatro meses, Levir por 19, Diego Aguirre por cinco, Marcelo Oliveira e Roger Machado por seis cada, Rogério Micale por dois, Oswaldo de Oliveira por cinco, Thiago Larghi por nove, e Levir Culpi e Rodrigo Santana por seis cada.
Surpreendente
E a curiosa aposta do Atlético em Vagner Mancini, além de curiosa, mostra que o clube deve manter o padrão recente. O treinador, afinal, tem um histórico preocupante de rebaixamento e assinou contrato de apenas três meses, até o fim da temporada. O Galo aposta em um "tampão" ao invés de já trabalhar com um técnico visando o planejamento de 2020 e com vínculo maior.
Incluindo o Atlético, o novo técnico alvinegro passou por 16 times ao longo dos seus 15 anos de carreira. Ele teve quatro passagens pelo Vitória e, no São Paulo, seu trabalho mais recente, nesta temporada, foi coordenador técnico.
Quando Cuca foi demitido, em setembro, foi discutida a possibilidade de ele ser o novo treinador do clube paulista, mas Daniel Alves e outros jogadores o "barraram", afirmando para a diretoria tricolor que queriam Fernando Diniz. Chateado, Mancini pediu demissão, afirmando se sentir "constrangido e desprestigiado". Já o ex-Fluminense foi contratado e vive bom início de trabalho, invicto em quatro jogos e mostrando bom desempenho.
Poucos feitos
Mancini não tem grandes resultados na carreira. Fez alguns bons trabalhos, o melhor deles, talvez, no Athletico-PR, em 2013. Na ocasião, salvou o Furacão do rebaixamento e ainda levou o time ao terceiro lugar do Brasileiro, garantindo vaga na Libertadores, e também à inédita final da Copa do Brasil. O clube acabou vice-campeão, perdendo para o Flamengo na decisão. Por outro lado, tem apenas cinco títulos (quatro estaduais e uma Copa do Brasil) em seus 15 anos de trabalho e participou de cinco rebaixamentos.
A taça mais importante foi a do torneio nacional, em 2005, na surpreendente conquista com o Paulista. As outras foram o Cearense de 2011 com o Ceará, os Baianos de 2008 e 2016 com o Vitória e o Catarinense de 2017 com a Chapecoense. Poucos e modestos títulos para uma carreira tão longa e com passagens por times importantes.
Para piorar, Mancini, apesar de salvar alguns times da degola, como o Cruzeiro, em 2011, e o já citado Athletico-PR, em 2013, participou dos rebaixamentos de: Guarani (2010), Ceará (2011), Sport (2012), Botafogo (2014) e Vitória (2018).
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