Luta
Jogadora do Galo se emociona por carteira assinada aos 37 anos: 'Busquei tanto'
Dani Batista defendeu clubes do Rio de Janeiro e a seleção principal, enfrentou uma depressão e hoje celebra a chance no Atlético
"Hoje estou assinando uma carteira, o que antes eu buscava tanto". A situação revelada pela atacante Daniele Batista, do Atlético, reflete o cenário do futebol feminino. A modalidade caminha para a profissionalização à medida que os clubes garantem os direitos trabalhistas de suas jogadoras. Pode parecer absurdo, e é, mas por décadas as mulheres lutam fora de campo por reconhecimento e direitos básicos.
Aos 37 anos, Dani está no Atlético e se emocionou ao dizer que hoje tem carteira assinada no clube. Com passagens por times do Rio de Janeiro, onde nasceu, e pela seleção brasileira, a atacante celebra o que deveria ser comum há muito tempo. Mas não foi.
"Estou com a idade um pouco avançada. Foi muito difícil. Hoje, sou profissional. Hoje estou assinando uma carteira, o que antes eu buscava tanto. Esse reconhecimento, sabe? Deixei um legado para essas meninas que estão chegando. Lutei muito, não só por mim, mas também pelo futebol feminino", comentou a atacante à TV Galo.
Natural de Engenheiro Pedreira, distrito da cidade fluminense de Japeri, Dani defendeu as camisas de Duque de Caxias, Volta Redonda, Vasco, Botafogo, Flamengo e Fluminense. Defendeu também a seleção brasileira de base e a principal, esta por oito anos. Quando deixou a 'amarelinha', enfrentou e superou a depressão.
"Foi um sonho, uma alegria. A seleção era onde eu queria estar. Fiquei por oito anos, joguei Sul-Americano e Mundial. Depois não fui mais convocada e fiquei muito triste. Caí em depressão porque meu sonho era ser a melhor do mundo e não consegui", conta Dani.
Mas Dani lutou, e lutou muito pelo futebol feminino. Contratada neste ano pelo Atlético, só atuou em uma partida do clube antes da parada, contra o Villa Nova pelo Brasileiro Feminino A2. Filha de Moisés e de Ana Maria, a experiente atacante lembrou do apoio especialmente do pai para conseguir se tornar um jogadora. Enfim, uma jogadora profissional.
"Meu pai foi o primeiro que me deu uma chuteira para jogar. Ele me levava para todos os cantos. Às vezes, ele faltava ao trabalho para me ajudar, tirava dinheiro do próprio bolso. Meus pais são tudo pra mim", comentou Dani.
O Atlético vai voltar a campo no mês de outubro, na retomada do Brasileiro Feminino A2. A competição foi interrompida em março em função da pandemia. O time fez apenas a estreia na competição.
Assista abaixo ao depoimento de Dani Batista na íntegra, na TV Galo
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