Quebras constantes de recorde no número de óbitos e aumentos estrondosos na quantidade de casos de coronavírus em Minas Gerais marcaram a última semana do mês de maio. Balanço da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG) publicado na manhã deste domingo (31) mostra que a tendência permanece semelhante à observada nos dias anteriores: mais uma vez, houve quebra de recorde no número de casos confirmados em apenas 24 horas – segundo dados oficiais, são 834 mineiros infectados a mais que no sábado (30).

Esta é a maior quantidade de diagnósticos confirmados de um dia para o outro desde o começo da pandemia em Minas Gerais no mês de março. Com o acréscimo dos novos casos, chegou a 10.464 o número de pessoas infectadas na região, sendo que 271 delas morreram em decorrência da Covid-19. A quantidade de mortes, bem como a de infectados, não para de crescer e são oito novos óbitos registrados entre sábado e domingo.

Onze dias bastaram para que o número de casos em Minas Gerais praticamente dobrasse. Em 20 de maio, uma quarta-feira, 5.286 diagnósticos haviam sido confirmados na região – quantidade que corresponde praticamente à metade da existente hoje. Quadro semelhante de crescimento pode ser observado em relação às mortes em decorrência da infecção, uma vez que somavam aproximadamente cem a menos há dez dias. Ainda na quarta-feira de 20 de maio, balanço da SES-MG apontava para 177 óbitos no estado, que hoje são 271. Entretanto, o número pode crescer ainda mais, já que 198 mortes suspeitos estão sob análise da pasta.

Interiorização

Mais da metade dos municípios de Minas Gerais já têm casos de Covid-19 confirmados pela Saúde, são 450 dos 853 existentes no estado. As mortes também não estão concentradas em regiões específicas e 100 cidades abrigam os casos que terminaram em fatalidade. De acordo com a SES, cerca de 89% das mortes aconteceram em mineiros que apresentavam comorbidades anteriores, sendo hipertensão, doença cardiovascular e diabetes as mais comuns entre elas. Além disso, a doença é principalmente trágica para os idosos. Os dados coletados apontam que 76% das mortes aconteceram em pessoas com mais de 60 anos.

Dos 450 municípios do estado com casos de coronavírus, Belo Horizonte é o que concentra a maior quantidade de infectados. São cerca de 1,8 mil na capital mineira que iniciou na segunda-feira passada (25) o processo de reabertura do comércio. Entretanto, ainda na sexta-feira (29), o prefeito Alexandre Kalil (PSD) optou por frear a retomada econômica em função da necessidade de garantir a segurança sanitária na cidade, que também apresenta o maior número de mortes em decorrência da doença – 49 até o momento.

Uberlândia é a segunda cidade de Minas com o maior número de casos, são 880 constatados pela SES no município do Triângulo Mineiro. Dezessete moradores morreram após serem infectados. Logo atrás aparece Juiz de Fora, na Zona da Mata. A cidade tem a terceira maior quantidade de casos – 584 – e o segundo maior índice de mortes. Trinta pessoas que vivem no município faleceram por causa da Covid-19.

Sem leitos de UTI disponíveis para atender pacientes com coronavírus em estado grave, Ipatinga, no Vale do Aço, aparece entre as cidades com mais de 100 casos em Minas Gerais. São elas: Araxá (117), Barbacena (276), Belo Horizonte (1.803), Betim (108), Contagem (238), Divinópolis (184), Governador Valadares (168), Itabira (251), Juiz de Fora (584), Mariana (214), Muriaé (164), Nova Lima (153), Pouso Alegre (112), Teófilo Otoni (214), Uberaba (194) e Uberlândia (880). O município de Jaboticatubas, na região metropolitana de BH, pode somar-se à lista ainda nos próximos dias. Atualmente, são 99 casos de Covid-19 na cidade.

Mortes

As oito mortes que aparecem pela primeira vez no balanço deste domingo (31) aconteceram entre os dias 22 e 28 de maio em diferentes oito cidades de Minas Gerais. Os pacientes infectados viviam em Betim, Juiz de Fora, Muriaé, Piranga, Ribeirão das Neves, Santana do Paraíso, Toledo e Varginha. Trata-se de seis mulheres com idades entre 46 e 85 anos, e dois homens, um de 67 e o outro de 70 anos.