Segundo vice-presidente do Cruzeiro, Ronaldo Granata falou com exclusividade à Rádio Super 91.7 FM sobre conturbado momento do clube e uma proposição que será encaminhada ao conselho nesta quarta-feira pedindo o afastamento dos envolvidos naquilo que ele intitula a maior crise institucional de um clube de futebol no mundo. Dentre eles está o presidente Wagner Pires de Sá, além dos dirigentes Itair Machado, vice-presidente de futebol, e Sérgio Nonato, diretor geral do clube. 

Granata explicou o que pretende fazer, tendo o apoio de parte do conselho deliberativo. 

"(A ideia é) De entrar com o pedido de afastamento pra que eles (os envolvidos) se defendam e que nosso clube volte à normalidade. É preciso que o clube volte ao foco no futebol. O Cruzeiro é um dos maiores clubes do mundo", disse o dirigente. 

Granata, a todo o momento, destacou que a situação delicada exige não uma caça às bruxas, mas a ciência de todos que é preciso fazer sacrifícios para preservar a imagem do Cruzeiro. Na sua fala, o segundo vice-presidente mandou um recado direto aos conselheiros. 

"O objetivo é blindar o clube. Se for para me sacrificar, ou para sacrificar alguém que está no foco, que arranhe a imagem do clube, é afastar essa pessoa para que o clube seja preservado. O Conselho tem que entender isso. A imagem do Cruzeiro não pode ser manchada. O conselheiro do Cruzeiro tem que ter mais obrigação com o clube do que benesses", salientou Granata.

O conselho do Cruzeiro vem sendo taxado de omisso por parte da torcida, uma vez que várias denúncias estão vindo à tona e nenhum posicionamento mais efetivo tem sido tomado. Inclusive, parte dos conselheiros estaria envolvida na atual administração, beneficiados com certas regalias. 

"Coragem. É o que eu digo aos conselheiros. É preciso de união nesse momento porque o Cruzeiro é maior do que tudo", disse. 

Granata também pediu celeridade na apuração das denúncias por parte da comissão de sindicância. Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo, marcou uma reunião extraordinária que pode definir a saída de Wagner Pires e da atual gestão apenas para agosto. "Está muito longe, o Cruzeiro não pode esperar", ressaltou Granata. 

"O Cruzeiro não foi beneficado em nenhum momento com toda essa crise institucional. Estamos pedindo celeridade nesse processo de investigação. E se tiver culpado, tem que pagar", pontuou o dirigente, que fez uma avaliação sobre a demora na entrega dos documentos pedidos pelo então conselho fiscal, hoje dissolvido. 

"Esses documentos tinham que ter sido entregues ano passado. Foram erros pontuais. O Cruzeiro não pode ser responsabilizado por isso", destacou Granata. "O clima para essa eleição do conselho fiscal (marcado para o dia 1º de julho) é péssimo. O Cruzeiro não precisa de mais divisão nesse momento. Eu até sugeri ao presidente  (Wagner Pires) que passe esse conselho para a oposição para não ficar criando mais intrigas", contou. 

A reportagem do Super FC tentou contato com o presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, para saber a opinião do dirigente sobre as declarações de um de seus vice-presidentes, mas o cartola não atendeu nenhuma das ligações. 

E COM O AFASTAMENTO, O QUE VIRÁ DEPOIS?

De acordo com Granata, o comando do Cruzeiro nesse período de intervenção seguirá a ordem sucessória. "Existem pessoas competentes que foram eleitas e capazes de administrar o clube nesse período. Pessoas que não tiveram o nome delas envolvidos nessa crise", avaliou o segundo vice-presidente. 

Em uma escala sucessória, um afastamento de Wagner Pires concederia o poder do clube a Hermínio Lemos, primeiro vice-presidente do clube.