Novo comando
Enderson Moreira, sobre trabalho no Cruzeiro: "temos que resgatar a essência"
Treinador celeste participou do Super FC 2ª edição, da Rádio Super FM, nesta quarta-feira, e respondeu sobre vários temas referentes ao início de trabalho no clube
Recém- chegado ao Cruzeiro e com a missão de recolocar o clube na elite do futebol brasileiro, o técnico Enderson Moreira foi o convidado do Super FC 2ª edição desta quarta-feira. O treinador chegou ao Cruzeiro em meio à paralisação das atividade devido à pandemia da Covid-19. Assim, o treinador foi apresentado pelo clube à distância, na última semana, respeitando o isolamento proposto pelos órgãos de saúde como uma das maneiras de conter o avanço do vírus. Em um bate-papo com o repórter Artur Moraes, Enderson fez projeções sobre a temporada, a busca por reforços e os desafios que vai encontrar para cumprir o objetivo de levar o Cruzeiro de volta à Série A. Confira, abaixo, os principais trechos da entrevista.
Hoje, uma das maiores preocupações do torcedor é sobre reforços para que o Cruzeiro possa voltar à elite do futebol brasileiro. Os próprios atletas do grupo têm falado sobre isso também. Qual o seu pensamento em relação às peças que o Cruzeiro já tem e a necessidade de ir ao mercado buscar novos jogadores?
Qualquer equipe no Brasil ou em qualquer lugar do mundo está sempre buscando se reforçar e trazer peças que possam elevar o nível da sua equipe. Então, eu acho que no Cruzeiro não é diferente. A gente também pensa em buscar algumas peças pontuais que possam realmente elevar o nível técnico do time. Ao mesmo tempo, eu penso que o Cruzeiro ainda pode render muito com os atletas que já estão no elenco. Foi um início de trabalho e muitos ainda não conseguiram alcançar o seu melhor nível, mas nós temos muita expectativa de que eles possam alcançar com a sequência de treinamentos, dos trabalhos. Consequentemente, com uma equipe organizada e bem preparada, espero que a gente possa também ter uma ascensão extremamente positiva em termos de qualidade de jogo com os atletas que se encontram hoje no time.
O Cruzeiro tem alguns jogadores experientes, que ficaram após a queda, outros que retornaram como o Marcelo Moreno. Porém, o time também possui muitos jogadores jovens. Hoje, qual sua visão em relação a um time com tantos jogadores que ainda precisam amadurecer em campo?
Eu nunca tive nenhum tipo de preconceito em termos de idade. Já lancei jogadores com 17 anos no time principal, como tive também atleta de 40 anos. O que eu acho que sempre funcionou melhor no futebol é a mescla de jogadores experientes com jogadores mais jovens. E, claro, aqueles jogadores que possam estar vivendo o melhor período para jogar, que é . quando as qualidades físicas, emocionais e táticas praticamente se equiparam, geralmente em atletas entre 24 e 30 anos. Essa é uma fase extremamente importante para um atleta, pois é quando ele consegue ter maturidade e ótimas qualidades físicas. É uma idade interessante para a gente poder buscar no mercado. Então, vamos ter espaço para os mais jovens, para os mais experientes e para aqueles jogadores que se encontram nesse momento de evolução.
Em relação à busca por reforços e por todas as conversas que você já teve com a diretoria, quais a posições o Cruzeiro mais necessita de investimento no momento?
Nós temos uma ideia muito boa sobre que estamos buscando para as posições. A gente evita ficar falando, principalmente para não criar uma expectativa de que vai vir de qualquer forma. A gente não quer trazer um jogador de qualquer maneira e, sim trazer jogadores que possam agregar em relação ao que a gente pensa sobre o jogo. Então, estamos tendo um cuidado para poder fazer essas essas contratações. Às vezes, tem jogador que faz mais uma função e isso pode ser bem interessante também.
Você chega com a missão de treinar a equipe após o rebaixamento inédito e no meio de uma grande crise financeira que o clube enfrenta. Quais os principais desafios neste momento para ajudar o Cruzeiro em meio a tantos problemas?
É um momento muito delicado. Temos muita noção disso e eu sei muito bem da minha responsabilidade nesse processo todo. Porém, o Cruzeiro é um gigante, é um clube que é referência não só no nosso país, mas no continente sul americano e mundial e que passa por uma crise. O Cruzeiro tem um conselho gestor que está trabalhando de maneira incessante para poder cumprir todas as metas que são possíveis e para dar uma estabilidade financeira para o clube dentro das suas possibilidades. É um momento de reconstrução, sim, de buscar um novo caminho e espero que a gente possa contribuir bem com isso. Espero que o nosso torcedor possa nos ajudar, nos apoiar, pois a paixão do torcedor não acaba nunca. Nenhum torcedor vai abandonar o clube no momento em que ele mais precisa. Às vezes, quando o clube menos merece, é quando ele mais precisa do apoio e da dedicação de todos. Então, acho que esse é o momento da gente poder abraçar o clube, abraçar o Cruzeiro, e fazer com que esse gigante possa retornar o quanto antes e, da melhor maneira possível, para voltar à elite do futebol brasileiro, buscando grandes conquistas como sempre aconteceu nas últimas décadas.
Em relação ao trabalho dentro de campo, quais os caminhos o Cruzeiro precisa seguir para voltar a ser um time vencedor?
Na verdade, a gente só tem um caminho: o caminho do trabalho, do empenho, da dedicação, da inteligência, da organização. Temos que resgatar aquilo que é a essência do jogo do Cruzeiro, que é um time que joga para vencer, sempre buscando o gol, sendo ofensivo e que tem competitividade. Um time que faça com que o torcedor da arquibancada tenha orgulho daquilo que está vendo dentro de campo. Então, o que a gente espera, nesse momento, é conseguir resgatar essa essência do jogo do Cruzeiro, que é algo que o torcedor sempre espera de suas equipes.
Você acredita que conseguirá aproveitar algo do trabalho anterior após essa paralisação? Como você enxerga o retorno das equipes e do futebol, no geral, após esse período atípico de inatividade?
Acredito que, de uma maneira geral, todo mundo vai voltar zerado em vários quesitos, pois é um período longo de inatividade em todo mundo, com todas as equipes voltando de um recesso inesperado. Então, nós temos que ter muita inteligência e muita capacidade para poder introduzir rapidamente as nossas ideias e fazer com que os atletas possam entender a filosofia de jogo. Espero poder convencê-los, acima de tudo, pois é como eu sempre falo: não quero que eles façam porque estou mandando, mas sim porque eles acreditam que é o melhor caminho, e que vai fazer com que eles tenham mais chance de buscar as vitórias.
---
O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar.
Siga O TEMPO no Facebook, no Twitter e no Instagram. Ajude a aumentar a nossa comunidade.
Relacionadas
Novo comando