Receita da queda
'Nego não aceitava banco': Rodriguinho vê Cruzeiro 2019 como terra de ninguém
Em entrevista à ESPN, meia, que chegou ao clube como principal reforço da temporada, revelou ambiente tumultuado
Mais um jogador presente na fatídica campanha que determinou o rebaixamento inédito do Cruzeiro à segunda divisão do futebol brasileiro resolveu rasgar o verbo sobre os bastidores do time, A vez agora foi de Rodriguinho, a principal contratação do clube na última temporada e que vestiu a camisa celeste em apenas 22 partidas. Em entrevista ao programa "Resenha Espn", que será veiculado na próxima sexta-feira, o atleta, hoje no Bahia, falou sobre o ambiente tumultuado no elenco.
De acordo com Rodriguinho, a matéria reveladora do Fantástico sobre as ações da diretoria caiu como uma bomba no elenco, mas a 'maquiagem' foi bem conduzida até que chegou um ponto que as coisas ficaram visíveis..
“Eu vi a bomba toda pelo Fantástico. A partir dali é que as coisas ficaram bem claras para gente, que o clube estava devastado. Só que era uma maquiagem muito boa para todo mundo, ninguém percebia. Até então estava tudo organizado, tudo certo. A gente não estava tendo nenhum problema. A partir que saiu no Fantástico é que começou a desandar”, disse Rodriguinho à ESPN.
A situação chegou em um ponto que o ex-meia cruzeirense categorizou o Cruzeiro como 'terra de ninguém'. Ele relatou episódios que demonstravam a rusga entre atletas e comissão técnica.
“Foi se desenhando um cenário caótico. E aquilo ali se refletiu dentro de campo. E muito forte porque estava todo mundo abalado com as coisas que estavam acontecendo. Daqui a pouco começou a ter problema de treinador, problema de jogador com jogador, problema de jogador com treinador... virou uma bagunça! Jogador não aceitava ficar no banco, jogava colete e saia do treino, não ia para a viagem... Virou terra de ninguém! E isso foi cada vez piorando mais”, relatou o jogador.
Na avaliação de Rodriguinho, a situação ficou realmente insustentável quando a diretoria optou pela saída de Mano Menezes e decidiu contratar Rogério Ceni. O comandante acabou durando cerca de um mês no clube. À época, principais jogadores do elenco não concordaram com a dinâmica de Ceni.
“Esse ambiente ruim veio a partir da diretoria. O Mano saiu antes de explodir toda a bomba. Ele já tinha três anos de clube, já estava há muito tempo com os caras... Ficou desgastado e saiu. Mas sem problema nenhum, saiu numa boa, cabeça erguida, falou com todo mundo. Quando chegou o Rogério, ele teve um grande problema com vários atletas que estavam lá. Começou a piorar a situação. Mais essa coisa da diretoria, salário começou a atrasar, funcionário começou a reclamar, jogador começou a reclamar de treinador e diretoria...”, conta Rodriguinho.
Nessa situação, o caminho da segunda divisão foi irreverssível, apesar do meia confiar que o Cruzeiro escaparia.
“Eu achei que mesmo com todas as dificuldades, o nosso time, pela qualidade que tinha e pelos jogadores que tinha, não iria cair, só passaria aperto”, revelou.
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