Com o crescimento inesperado de Romeu Zema (Novo) já no primeiro turno em Minas Gerais, candidatos que ficaram fora do segundo turno foram pegos de surpresa e preferiram não se posicionar de imediato sobre algum apoio na segunda etapa. Entre os candidatos nanicos que estão fora da disputa, nenhum se posicionou oficialmente, tampouco os respectivos partidos. Maior que o silêncio dos derrotados, apenas a ausência deles, inclusive nas redes sociais.

Dirlene Marques (PSOL), que recebeu aproximadamente 135 mil votos no pleito deste domingo (7), disse que o partido vai se reunir na quarta-feira para definir quem apoiar no dia 28 de outubro. Para ela, o que pesa é uma aproximação tanto de Romeu Zema como de Anastasia às ideias defendidas pelo presidenciável Jair Bolsonaro (PSL). “Temos o Zema, que chamou votos do Bolsonaro para a campanha dele, e o vice do Anastasia (Marcos Montes), que também defendeu o voto no Bolsonaro. Eu cheguei a perguntar a ele sobre isso abertamente nos debates, e ele não respondeu. Eu acho muito importante que o Anastasia se posicione em relação a isso”, disse a candidata neste domingo à noite.

Questionada se um possível apoio tucano ao presidenciável do PSL no segundo turno importunaria o apoio ao senador Anastasia em Minas, Dirlene foi enfática ao dizer que isso acabaria com as chances. “É um princípio que nós, do PSOL, assumimos de não apoiar alguém que se alinha com o Bolsonaro”, afirmou.

Já o candidato Jordano Metalúrgico (PSTU) afirmou que a sigla não vai aderir a nenhuma campanha em Minas e vai discutir sobre o cenário nacional durante esta segunda-feira (8). “Nós consideramos a nossa campanha como positiva, conseguimos levar o nosso programa junto à classe trabalhadora e verificamos que há uma disposição em fazer luta. Nós sabemos que eleição não muda a realidade de vida dos trabalhadores”, declarou o metalúrgico.

Procurando pela reportagem de O TEMPO, o candidato João Batista Mares Guia (Rede) preferiu não se posicionar até conversar com o partido. Já os candidatos Adalclever Lopes (MDB), Alexandre Flach (PCO) e Claudiney Dulim (Avante) não atenderam as ligações. Pessoas ligadas à campanha de Adalclever afirmaram que ele só deve se posicionar nesta segunda-feira.

Setor produtivo de Minas Gerais está satisfeito com resultado do 1º turno

A definição dos dois candidatos que vão disputar o segundo turno da eleição para governador em Minas Gerais – Romeu Zema (Novo), com cerca de 43% dos votos válidos, e Antonio Anastasia (PSDB), com aproximadamente 29% – foi bem recebida por entidades empresariais mineiras, que, inclusive, se surpreenderam com a expressiva votação obtida pelo empresário do setor varejista.

Na avaliação do presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, “seja quem for o vencedor, Minas estará em boas mãos”. “Estamos tranquilos, e o resultado parcial foi extremamente positivo, principalmente tendo em vista o momento difícil pelo qual estamos passando. São dois ótimos candidatos”, disse ele.

Segundo Roscoe, a votação obtida por Zema deve ter surpreendido o próprio partido Novo. “Há algo errado com as pesquisas eleitorais. Elas precisam ser avaliadas com mais cautela. Alguma coisa está errada. Nessa eleição, as mídias sociais tiveram um papel muito importante e não foram devidamente consideradas”, afirmou o dirigente da Fiemg.

Renovação

O presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais (Faemg), Roberto Simões, seguiu na mesma linha e afirmou estar bastante satisfeito. “Estamos muito felizes com o resultado do primeiro turno, que foi extremamente interessante, mostrando que o eleitor está em busca de renovação”, pontuou Simões.

De acordo com ele, a democracia brasileira sai fortalecida, uma vez que Zema obteve expressiva votação em sua primeira disputa eleitoral. “Não esperava que houvesse segundo turno. De qualquer forma, são dois ótimos candidatos, e Minas Gerais estará mais forte após a eleição. Está de bom tamanho”, completou o representante do setor agropecuário.

O presidente da Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL-BH), Bruno Falci, também aplaudiu a definição dos dois candidatos. “São ótimos nomes. Seja quem for o vencedor, o setor de comércio e serviços do Estado sairá ganhando, uma vez que os dois são excelentes gestores, um na área empresarial e outro na esfera pública”, disse Falci.

Segundo ele, o Brasil e Minas Gerais precisam de renovação. “Temos um sistema tributário extremamente complexo e injusto, com impostos sobrepostos, que dificultam o desenvolvimento dos negócios. Nesse sentido, tanto o Zema quanto o Anastasia têm muito a contribuir para tornar o Estado mais leve. Trata-se de uma evolução misturada com revolução”, conclui Bruno Falci. (Eurico Martins)

“Seja quem for o vencedor, Minas estará em boas mãos. Estamos tranquilos, e o resultado foi positivo, principalmente tendo em vista o momento difícil que estamos passando.”

Flávio Roscoe

Presidente da Fiemg

“Estamos felizes com o resultado do primeiro turno, que foi extremamente interessante, mostrando que o eleitor está em busca de renovação. São dois ótimos candidatos.”

Roberto Simões

Presidente da Faemg