
Pensando no futuro
Vôlei do Uberlândia oferece bolsa de estudos como diferencial para elenco
Jogadores do time aproveitam parceria com Unipac para já começar a se programar para o pós-carreira

Um dos novatos da Superliga masculina de vôlei conta com uma parceria produtiva para atrair jogadores e dar aos seus atletas um futuro mais promissor quando a carreira dentro das quadras se encerrar. Apesar do Uberlândia ter as empresas Azulim e Gabarito como patrocinadores master, é o suporte da Unipac (Centro Universitário Presidente Antônio Carlos) que dá ao clube a chance de disponibilizar para todo seu elenco bolsas integrais de estudo em cursos de gradução. O Uberlândia faz boa campanha no maior torneio do país, marcando presença dentro da zona de classificação e jogando pra longe a chance de voltar à Superliga B.
"Esta foi uma iniciativa do clube que visa um modelo americano de sempre incentivar o vôlei e os estudos ao mesmo tempo. Contamos com o apoio da UNIPAC há 4 anos, mas o projeto tem parceria com universidades desde 2001", comenta o técnico Manoel Honorato.
A ideia possibilita que o Uberlândia possa contar com todo seu elenco em um outro torneio, muito considerado pelo time em todas as temporadas: os Jogos Universitários. Por causa da pandemia, a competição de 2020 foi cancelada, já tendo o Uberlândia como participante frequente.
Apesar da possibilidade para todo o elenco, apenas três jogadores decidiram aproveitar a oferta, com a certeza de que a oportunidade pode fazer a diferença no futuro a curto, médio e longo prazo.
"Este é um um diferencial da equipe, já que podemos conciliar duas coisas extremamente positivas: estudos e esporte. Acho extremamente valioso ter uma formação. No esporte nada dura pra sempre e, muitas vezes, a gente precisa ter uma válvula de escape", comenta o ponta Higor, de 22 anos, que está no 7º período no curso de Medicina Veterinária. "As duas coisas são fantásticas, são dois mundos diferentes mas que se completam. Seja como médico veterinário ou como jogador de voleibol, sempre vou estar feliz fazendo um ou outro e, quem sabe, os dois", projeta o jogador, que está no time do Triângulo desde 2016.
Dentro de um mercado restrito e competitivo, a oferta da bolsa de 100% foi um incentivo a mais para o acerto de alguns atletas. "Vi a possibilidade de representar o clube e fazer uma faculdade ao mesmo tempo. Esta é uma forma de promover a inclusão social dos atletas, que passam a usufruir das bolsas de estudo dando a oportunidade de termos uma formação de qualidade no ensino superior. Vivemos um grande momento de insegurança em todas as modalidades de esporte. Não está como nos outros anos, está bem complicado tanto para iniciantes como para os mais experientes. É importante aproveitarmos essa oportunidade e focarmos também nos estudos para garantir nosso futuro além das quadras", reforça o oposto Dyann, de 19 anos, que está no time desde novembro de 2019 e cursa o 2º ´período de Educação Física. Apesar do curso que faz, sua ideia é trabalhar com Jornalismo, Designer Gráfico ou Cinema quando deixar as quadras.
Ciente de que a vida dentro do vôlei não é longa, o oposto Otávio tenta aproveitar a oportunidade, ciente do retorno que pode ter com a iniciativa, que é reforçada pelo time. "Isso mostra que o clube pensa no atleta também fora de quadra, na sua vida profissional, no crescimento do atleta. O nosso técnico, Manoel Honorato, quer que a gente estude e se forme, é algo que ele enfatiza bastante e busca para todos os jogadores do grupo", pontua o posto Otávio, de 19 anos, que 'trancou' sua matrícula após chegar ao 2ª período de Educação Física. Otávio, que chegou a fazer aulas à distância, optou por retornar às aulas somente quando elas estiveram acontecendo na forma presencial.
Estudos entre jogos, treinos e viagens
Para os que optaram em aproveitar a bolsa, será fundamental disciplina e um certo 'jogo de cintura' para conciliar os horários de aulas, provas e atividades acadêmicas com os treinos, jogos, viagens e descanso. Os atletas sabem que vão precisar se desdobrar, mas é certo que o retorno, na hora da formatura, caso ela se confirme, vai mostrar que todo o esforço vai ter valido a pena. "Um lado positivo do nosso treinador é ter horários de treinos flexíveis, isso pode ajudar", comenta Otávio.
"A rotina é bem corrida. Mas acredito que vamos conseguir conciliar os treinos com os estudos para garantirmos nosso futuro. Em alguns momentos, teremos que abrir mão do descanso", projeta Dyann.
Os ensinamentos do esporte serão importantes para os atletas, já acostumados com valores que também farão a diferença para obter o 'canudo', como superação, disciplina e estratégia.
"Não é nada fácil conciliar os estudos e os treinos. Mas, pra tudo existe uma solução. Tenho que correr atrás dos conteúdos das aulas no meio de campeonatos e viagens. No final, sempre conseguimos superar essa dificuldade com determinação, disciplina e muito estudo para driblar esse obstáculo", analisa Higor.
---
Em tempos de desinformação e pandemia, o jornal O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo mineiro, profissional e de qualidade. Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Continue nos apoiando. Assine O TEMPO.
Relacionadas

Pensando no futuro

