Uma mistura de tensão com ambiente de velório. Assim foi o clima pós-jogo do Cruzeiro ainda na Arena, após a derrota por 2 a 0 para o Grêmio, nesta quinta-feira (5). Não poderia ser para menos. Para escapar do primeiro rebaixamento de sua história, a Raposa precisa vencer o Palmeiras neste domingo (8), no Mineirão, e torcer para o Ceará perder para o Botafogo no Rio de Janeiro. Um empate dos nordestinos rebaixa o time mineiro para a Série B do Campeonato Brasileiro.
São vários os motivos para a péssima fase estrelada. Alguns deles, certamente, a crise financeira e política no clube e os bastidores conturbados.
Zezé Perrella admitiu antes da derrota para o Vasco, em São Januário, na última rodada, que dois meses de salários estão atrasados, mas alfinetou os jogadores, dizendo que "essa é a realidade do futebol brasileiro e a realidade de 70% dos clubes do Brasil, e que o jogador de futebol hoje está ganhando tanto dinheiro que, se ficar sem receber por dois meses, não é possível que vai fazer falta".
Nesta noite, na zona mista da Arena, após a derrota para o Grêmio, Fábio respondeu o gestor de futebol celeste. "Nem ouvi essa declaração (do Perrella), mas cada um tem as suas responsabilidades fora do futebol. Claro que é importante para todos, senão todo mundo trabalharia sem pagamento. Mas ninguém está pensando nisso. Estamos pensando em fazer um bom jogo, ganhar e fazer o melhor para honrar essa camisa e superar enquanto tivermos chance", afirmou o goleiro.
É neste clima que o Cruzeiro vai encarar o Palmeiras no jogo mais importante de sua temporada.