Uma das possibilidades comerciais que apareceram para os clubes da Superliga de vôlei na temporada 2020/2021 foi o aval dado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) em disponibilizar a exploração do espaço na rede, além de poste e cadeira de arbitragem.
A ideia era compensar o fato da entidade não ter conseguido custear todos os testes de Covid-19, situação que chegou a ser debatida nas reuniões antes da Superliga começar. A CBV deixou o espaço aberto aos clubes, além de ter oferecido valores mais baratos dos exames (R$ 75) em parceria com uma empresa de diagnósticos.
"A ideia foi colaborar com os clubes em um momento pós-Covid, em que a crise interferiu no planejamento financeiro não só no vôlei e no esporte em geral, como em todos os setores. A liberação é para toda a temporada, com exceção das finais", explica a entidade, por meio de nota.
"Esta foi uma grande oportunidade que a CBV disponibilizou para os clubes, trata-se de cotas com grande visibilidade. Estamos negociando essa cota com grandes empresas, queremos fechar ainda nesse ano mesmo com todas dificuldades do mercado. Estamos tendo uma "concorrência" saudável em relação a essa cota e devemos anunciar em breve", comenta Anderson Marsili, gestor esportivo do Vedacit Guarulhos (SP).
Apesar da possibilidade de arrecadarem um pouco mais (uma vez que o espaço não é tão valorizado), a maior parte dos clubes ainda não conseguiu fechar acordos a seu favor. Levantamento feito pela Coluna Esportivamente apontou que apenas metade dos 24 times da Superliga aproveitam o espaço divulgando marca de algum parceiro. Dos 12 times que ainda procuram aproveitar a oportunidade, sete estão no feminino e outros cinco no masculino. A pandemia, certamente, dificultou o cenário. Ao contrário do que acontece, por exemplo, na liga italiana, o piso é de uso exclusivo da CBV.
O que se vê com frequência é a presença da logomarca da Gol, empresa que custeia as passagens aéreas de todas as delegações. Neste caso, não existe um acordo específico dos clubes com a companhia. "Sou muito grata à Gol por nos ajudar com as passagens. Não temos patrocínio algum. O time, mais uma vez, está sendo custeado por mim, inclusive os custos com os exames de coronavírus. Consegui um valor menor do que o oferecido pela CBV. Sinto muito que os empresários paranaenses e o Governo do Paraná não enxerguem a importância de se investir no esporte de alto rendimento. Banco o time porque acredito na transformação social através do esporte e quero espelhar e inspirar as novas gerações", comenta Gisele Miró, gestora do Curitiba Vôlei.
Enquanto alguns clubes têm grandes dificuldades comerciais, outros são beneficiados pela sua estrutura. É o caso do Vôlei Renata (SP).
"Temos uma condição que não aparece na maioria dos clubes, somos geridos por uma empresa de marketing esportivo e temos área comercial, de projetos, TI, design, etc. Essa estrutura favorece irmos ao mercado rapidamente e conseguir bons contatos. Contamos com um total de oito patrocinadores. Oferecemos este espaço para parceiros que já estavam conosco", comenta Fernando Maroni, gerente do time.
O Itambé Minas aproveita o acordo com a patrocinadora master do time para expor sua marca na rede, situação que se repete no Sesc Flamengo (RJ). Outros clubes como Apan Eleva Blumenau (SC), Vedacit Guarulhos (SP) e Vôlei UM Itapetininga (SP) ainda buscam parceiros. Outras equipes como São Paulo Barueri (SP) e Sada Cruzeiro preferem usar a marca institucional nos espaços.
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