"Nada como um dia após o outro". No mundo do futebol, essa frase se encaixa perfeitamente — hoje, um jogador pode estar em um time e daqui a pouco vestindo a camisa de seu maior rival; hoje, rivais, amanhã, companheiros de clube. É isso o que acontece agora no Atlético: com a contratação do atacante Cristian Pavón, há o seu reencontro com o meia Nacho Fernández, arquirrivais na época em que eles atuavam pelo Boca Juniors e pelo River Plate, respectivamente.
Pavón jogou pelo Boca entre os anos de 2015 e 2018, e depois em 2021. Já Nacho esteve no River entre 2016 e o início de 2021. Ao todo, no maior clássico da Argentina e um dos maiores do mundo, eles estiveram em campo em seis confrontos, sendo um deles em uma final de Copa Libertadores.
A decisão foi a de 2018, e foi diferente de qualquer outra. Além de ser a primeira vez que os clubes se enfrentavam em uma final de competição como esta, o jogo da volta aconteceu na Europa, mais precisamente no estádio Santiago Bernabéu, em Madrid, na Espanha. Na ida, na Bombonera, houve empate em 2 a 2; na grande final, que era para acontecer no Monumental de Núñez, o ônibus do Boca foi apedrejado, e a partida adiada. Com a insegurança, resolveram mudar o local. O time de Nacho venceu por 3 a 1 e sagrou-se campeão naquele ano.
Entre os seis encontros entre eles pelos times argentinos, o River Plate ganhou três vezes, enquanto o Boca, duas, e houve um empate. Nenhum deles marcou gols, mas Nacho deu duas assistências (além de uma expulsão), enquanto Pavón deu apenas um passe para gol.
2021
No ano passado, os atletas atuaram um contra o outro, mas quando Nacho já estava no Galo e Pavón havia voltado ao Boca, após empréstimo ao Los Angeles Galaxy. Os duelos foram válidos pelas oitavas de final da Libertadores.
Na ida, em Buenos Aires, não houve gols. Em Belo Horizonte, as redes não balançaram novamente, e a decisão foi para os pênaltis; Nacho marcou, mas Pavón não bateu. O time brasileiro se classificou após defesas e gol do goleiro Everson.
Na chegada ao Galo, o atacante de 26 anos citou o compatriota de 32, além de outro argentino, Matías Zaracho. “Enfrentei o Nacho e tivemos conversas em campo. A verdade é que se nota que ele é uma boa pessoa e que é um grande jogador também. Depois eu conheci Mati (Zaracho); pude ter uma conversa e ele me tratou muito bem. Me disse que os companheiros também são pessoas positivas, então vou me adaptando aos poucos”, contou Pavón.
Eles só poderão entrar em campo juntos a partir do dia 18 de julho, quando reabre a janela de transferências brasileiras, e Pavón poderá ser inscrito. O primeiro jogo depois disso será contra o Cuiabá, no dia 21, fora de casa, pelo Brasileirão Série A.