A temporada 2020/2021 do Cruzeiro está sendo marcada por resultados vexatórios. No último sábado, o time eliminou de vez qualquer possibilidade matemática do acesso à primeira divisão, se tornando a primeira grande equipe do futebol brasileiro a não conseguir o retorno à elite no ano seguinte à queda desde que a segundona passou a ser disputada em pontos corridos.
Óbvio que em uma temporada sem público nos estádios, o fator casa não se tornaria tão fundamental para os times. Todavia, o Cruzeiro conseguiu se superar na Série B deste ano, deixando escapar 30 pontos atuando dentro de Belo Horizonte e tendo a segunda pior campanha como mandante da competição nacional, superando o desempenho apenas do Oeste, lanterna da segunda divisão. Foram cinco vitórias, seis empates e seis derrotas nos 17 jogos realizados na capital mineira pela Raposa, um aproveitamento de 41,18%.
Pior que o time do rebaixamento
Como mandante, o Cruzeiro não vence há mais de um mês e meio. A última vez foi contra o Brasil de Pelotas, no Mineirão, quando goleou por 4 a 1. Faltam ainda mais dois jogos como mandante: Operário e Náutico. Partidas para o clube evitar o vexame de ter perdido mais jogos que a equipe do rebaixamento. Em 2019, o Cruzeiro venceu cinco jogos em casa, empatou outros oito e perdeu seis partidas (rendimento de 40,4%, ligeiramente inferior aos 41.18% atuais), examente o mesmo número de tropeços que o time comandado por Felipão possui. Ou seja, nas últimas duas temporadas, atuar como mandante vem sendo um drama para o clube. Em 2019, foi a 18ª pior campanha da Série A dentro de casa. Em 2020/2021, a 19ª pior.
O CRB no Mineirão
Mas a história de insucessos e vexames em casa na temporada 2020/2021 começou bem antes da Série B. No dia 11 de março do ano passado, a equipe estrelada recebeu o CRB pelo jogo de ida da terceira fase da Copa do Brasil. Antes daquele fatídico duelo, o Cruzeiro tinha um retrospecto de quatro vitórias e dois empates contra os alagoanos. Mas naquele dia, a Raposa conheceu o algoz Léo Gamalho, que fez os gols na vitória do CRB por 2 a 0, dentro do Mineirão, naquele que foi o último jogo com a presença de torcida no estádio.
O Cruzeiro, em quatro confrontos contra o CRB na temporada, não conseguiu vencer nenhuma das partidas, empatando todos os outros três compromissos após o tropeço - dois pela Série B e mais um pelo jogo da volta da Copa do Brasil.
O Coimbra no Independência
Quatro dias depois de perder para o CRB, o Cruzeiro foi derrotado pelo Coimbra por 1 a 0, no Independência. A equipe da região metropolitana não havia vencido um jogo sequer no Campeonato Mineiro, até encarar o Cruzeiro. A derrota culminou na demissão de Adilson Batista e também de Ocimar Bolicenho, diretor de futebol.
Os vexames na Série B
O torcedor do Cruzeiro mal poderia esperar pela segunda divisão. O começo foi promissor, mas a derrocada começou justamente em uma derrota em casa para a Chapecoense por 1 a 0, quebrando uma sequência de seis vitórias seguidas de Enderson Moreira. O time ainda perderia como mandante para o rival América (2 a 1); Avaí (1 a 0); Sampaio Corrêa (2 a 1); Confiança (2 a 1) e o vexame maior e mais recente, a derrota para o lanterninha Oeste, pior time da competição, por 1 a 0. O time ainda teve empates dignos de vexame em casa contra equipes como CSA e CRB, por exemplo, além de resultados agonizantes, como um 3 a 3 contra o Guarani.