Quase uma semana após ter abandonado o campo demonstranto toda sua indignação com a atuação do árbitro Sandro Meira Ricci na derrota do Cruzeiro para o Corinthians, o volante Fabrício, enfim, quebrou o silêncio e concedeu entrevista coletiva.
Segundo o jogador, a decisão de esperar para falar foi uma forma de minimizar as polêmicas.
"Foi uma decisão tomada (não falar até aqui) até porque essa revolta demorou para baixar. Foi uma decisão da diretoria para não haver mais polêmica e eles estão tomando as atitudes necessárias. Por isso deixamos esse tempo para abaixar a poeira", explicou.
Sobre o momento em que abandonou o campo e pediu para ser substituído, o volante descartou ter deixado os companheiros na mão.
"Não deixei meus companheiros na mão. Se tivesse deixado seria constrangedor. Como ainda tinha uma substiuição achei melhor sair. Poderia ser expulso e ficar fora o resto do campeonato. Do jeito que a coisa estava andando, não iriamos ganhar nunca", disse.
O volante ainda afirmou ter tomado a decisão correta ao deixar o campo.
"O que aconteceu é que nem a diretoria nem a comissão sabia como eu tava me sentindo. Como eu vi que tinha mais uma alteração, achei por bem eu sair. De repente podia ser pior, ficar dentro de campo, estava exaltado e poderia prejudicar ainda mais o time. Foi uma decisão acertada, bem tomada e a decisão de sair foi minha", afirmou.
Sobre a atuação do trio de arbitragem, Fabrício confirou que o pênalti foi a gota d'água e o que culminou na revolta de todo o time após uma atuação polêmica.
"Um pênalti não revolta um time todo. Foi o que aconteceu durante todo o jogo. O pênalti é até discutível. Para nós não iria ser marcado. Mas Pacaembu lotado. Pesos diferentes tomados para os dois lados. Não é so aquele lance em si", declarou o volante que jogou no Corinthians e acredita que as marcações dos árbitros sempre tendem para os times do eixo Rio-São Paulo.
"O erro tem acontecido para todo lado né? Mas os videos estão aí. A gente entra no You Tube, olha estes dossiês. Mas, geralmente os erros tendem mais para os paulistas e cariocas. Isto não é de hoje. Existe mais é pressão da torcida e da imprensa", afirmou.
Para o cruzeirense, os erros constantes da arbitragem poderiam ser minimizados se os árbitros fossem profissionalizados.
"De repente, a própria arbitragem no Brasil não ser profissional (é motivo dos erros). Terem de fazer outras coisas e não se dedicarem somente aquilo", justifica o volante.