O maior nome do tênis de mesa do Brasil em todos os tempos já foi muito longe e ainda quer mais. Número seis do mundo, feito inédito para o país, o carioca Hugo Calderano, de 23 anos, pretende ir além. Para isso, precisa correr atrás dos asiáticos, considerados referência na modalidade e que são a grande maioria entre os top 10 do mundo.
Para diminuir esta diferença, Calderano intensifica sua preparação com muitas horas na mesa buscando a fixação da técnica por meio de repetições, sem deixar de lado uma pitada de algo que pode servir como elemento surpresa, como contou ao site do Comitê Olímpico Brasileiro (COB).
“Sempre procuro ser bem criativo, inovar nos golpes. Mas acho que o principal fator para evoluir é melhorar as coisas que já faço bem. Isso só vem com muito treino, horas na mesa e dedicação. Essas são as chaves para eu continuar evoluindo e ganhar dos melhores atletas”, conta o brasileiro, que reconhece a superioridade dos principais concorrentes.
“Tenho que correr um pouco atrás na questão da técnica com os asiáticos. Eles começam a treinar desde muito cedo e tem uma base muito forte. No tênis de mesa é muito importante o treinamento, a repetição, para fixar a técnica e chegar perto deles. Mas acho que você pode tentar compensar de outras formas, como a parte mental e a física”, indica.
Um fato que poderia pesar contra Calderano, felizmente, não aconteceu. Com poucos anos de vida, ele já tinha contato constante com mesa, raquete e bolinha, uma realidade bem comum para os atletas do outro lado do mundo. “Não lembro quando foi a primeira vez que vi uma mesa de ping-pong. Tínhamos uma no sítio em Teresópolis e brincava desde os dois anos. Praticava outros esportes quando era criança, mas desde cedo comecei a levar o tênis de mesa a sério. Então, nem consigo lembrar como era a minha vida antes disso”, recorda.
Inspiração em lenda da NBA
Fã de Shaquille O’Neal, que deixou seu nome na história da NBA, ele busca colocar em prática toda a agressividade do ex-pivô para aumentar as chances de vitória e seguir conquistando bons resultados. Na Olimpíada de Tóquio, ele vai participar dos Jogos pela segunda vez, certo de que suas chances de uma medalha são cada vez maiores se o atual caminho de crescimento for seguido. “Toda vez que penso nos Jogos Olímpicos de Tóquio, sinto um fogo arder dentro do meu coração. É para esse momento que treino todo dia”, projeta.
Entre os importantes resultados de Calderano, estão quatro medalhas de ouro em Jogos Pan-americanos, uma de bronze nos Jogos Olímpicos da Juventude Nanquim 2014, além de ter sido o primeiro brasileiro a disputar uma final de etapa platinum do Circuito Mundial.