
Em um julgamento bastante tumultuado, realizado na tarde desta segunda-feira, o STJD decidiu punir a Portuguesa com a perda de três pontos e uma multa de R$ 1.000 pela escalação irregular do meia Héverton, além do ponto conquistado no jogo contra o Grêmio. Com o resultado, a equipe paulista está rebaixada para a segunda divisão do Campeonato Brasileiro e o Fluminense permanece na elite. Todos os relatores e o presidente da comissão disciplinar votaram pela punição da Portuguesa
Vale destacar que a decisão foi em primeira instância e ainda cabe recurso por parte da Lusa. De acordo com o procurador-geral do tribunal, Paulo Schmitt, o caso deverá estar resolvido até o próximo dia 27. O clube paulista, no entanto, já confirmou que entrará na Justiça comum caso seja realmente rebaixado.
Promessa de novos capítulos
Para não sofrer qualquer punição da Fifa, que é contra levar casos esportivos à Justiça comum, o presidente da Portuguesa, Manoel da Lupa, admite a possibilidade de recorrer a "torcedores ilustres". "Tem que preservar o resultado de campo. Se a Portuguesa for derrotada, vai parar na Justiça comum. Nem que seja ação de alguns dos nossos torcedores ilustres. Mas a Portuguesa vai até o inferno para se defender."
Clima de 'final de campeonato'
Assim que a sentença foi expedida, gritos ensurdecedores de "Nense" podiam ser ouvidos do lado de fora do Tribunal. Centenas de torcedores da equipe carioca lotaram os arredores do local para acompanhar com afinco todos os acontecimentos e comemorar a decisão.
No mesmo espaço, os tricolores dividiam espaço com torcedores rivais, que criticavam e apontavam um possível favorecimento ao Fluminense. Aproximadamente 300 torcedores da Portuguesa também marcaram presença e saíram decepcionados com a sentença. Apesar da troca de acusações verbais, nenhuma briga entre as torcidas foi detectada.
Explicações insuficientes
No julgamento, os representantes da Portuguesa alegaram que não tiveram contato com o advogado do clube, Osvaldo Sestário, que estava no julgamento de Héverton, e que esperavam saber a situação do jogador através do site da CBF. Segundo eles, não havia qualquer informação sobre a punição ao atleta, o que lhe daria condições de jogo.
Por outro lado, o subprocurador William Figueiredo de Oliveira apontou que a obrigação de averiguar as situações dos atletas é dos clubes e não da CBF. Além disso, ressaltou o papel do STJD de se fazer cumprir as regras, independentemente de qualquer questão de "má-fé" de qualquer time. Como partes interessadas no julgamento, advogados de Flamengo e Fluminense também defenderam suas posições.
A irregularidade
A escalação irregular de Héverton aconteceu no dia 8 de dezembro na última rodada do Brasileirão. Diante do Grêmio, no Canindé, o jogador entrou em campo aos 32 minutos do segundo tempo, apesar de estar suspenso. Ele havia sido expulso contra o Bahia, no dia 24 de novembro, e cumprido um jogo de gancho diante da Ponte Preta, no dia 1.º de dezembro. Julgado no STJD na sexta-feira, dia 6, no entanto, acabou condenado a dois jogos de suspensão.
TAPETÃO