Em uma ação que une futebol, memória e direitos humanos, Racing, Boca Juniors e River Plate, três gigantes do futebol argentino, criaram uma campanha para devolver o título de sócios aos torcedores desaparecidos na sangrenta ditadura (1976-1983) que comandou o país. O projeto, que chega às vésperas do aniversário do golpe militar, em 24 de março de 1976, também irá homenagear os torcedores presos e desaparecidos.
Na busca por informações, os clubes estão entrando em contato com familiares desses torcedores. Além de Racing, Boca Juniors e River Plate, Banfield e Ferro Carril Oeste se somaram à iniciativa, que conta com o aval da Associação de Futebol Argentino (AFA).
“Sentíamos que tínhamos que pagar essa dívida com a memória e entendemos que era o melhor momento para dar esse passo”, afirmou o presidente do Racing, Víctor Blanco, em comunicado divulgado pelo clube no seu site oficial. Os departamentos de sócio, que apresentou a proposta há alguns meses, e de arquivo histórico do clube de Avellaneda vão trabalhar de forma articulada para levar o projeto adiante.
“Só tenho palavras de agradecimento ao Racing por esse ato de reparação que o clube está começando a planejar. É um sonho para mim”, disse Carlos Krug, também em entrevista ao ao site oficial do Racing. Ele é sócio vitalício e irmão de Alberto Krug, desaparecido desde 2 de dezembro de 1976. A mãe do torcedor, Rosa Moltedo, continuou pagando a cota social do filho, esperando que ele retornasse e pudesse estar novamente nas arquibancadas do Cilindro, estádio do Racing.
River y @BocaJrsOficial convocan a los familiares de socios y socias desaparecidas por la última dictadura militar a ponerse en contacto con el club para conocer sus historias y reivindicar su condición societaria.
— River Plate (@RiverPlate) March 19, 2021
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