O presidente do Cruzeiro, Wagner Pires de Sá, emitiu um ofício solicitando uma reunião extraordinária do Conselho Deliberativo no próximo dia 8 de julho, três dias antes do clássico válido pelo jogo de ida das quartas de final da Copa do Brasil. Segundo apuração da rádio Super 91.7 FM, o dirigente pretende dispor toda documentação para a comissão de sindicância e para o conselho, mostrando a lisura de sua gestão.
No documento, que já foi protocolizado junto ao conselho, a pauta apresentada por Wagner aponta que serão prestados esclarecimentos sobre os fatos vazados constantemente noticiados na imprensa e redes sociais, bem como disponibilizar ao Conselho Deliberativo toda documentação entregue à comissão de sindicância e anteriormente entregue aos membros do conselho fiscal que renunciaram.
A ação é vista como uma tentativa de defesa do dirigente, uma vez que no mês de agosto, exatamente no dia 5, Zezé Perrella, presidente do conselho deliberativo, convocou uma reunião extraordinária para definir a sequência ou não de Wagner e sua diretoria à frente do clube.
Uma opção
De acordo com informações apuradas pelo Super FC junto a conselheiros do clube, existe uma movimentação de parte do colegiado em oferecer ao presidente a possibilidade de permanência no cargo caso demita Itair Machado, vice-presidente de futebol, e Sérgio Nonato, diretor geral do clube.
A pressão sobre Wagner tem sido grande. Nessa terça-feira, o presidente do Cruzeiro chegou a prestar esclarecimentos à Polícia Federal na Operação Escobar, onde membros do conselho do clube foram detidos.
Como tudo começou
Uma reportagem exibida pelo programa "Fantástico", da Rede Globo, mostrou irregularidades cometidas pelo Cruzeiro em contratos de atletas e envolvimentos com empresários não licenciados pela CBF e Fifa, além de um inquérito aberto pela Polícia Civil por indícios de pagamentos suspeitos, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.