Ouvi essa semana do amigo médico Olavo de Resende Barros uma frase que, de certa forma, faz sentido. “O brasileiro não gosta de futebol, gosta de festa”. Claro que é uma generalização para com aquele que é chamado o país do futebol, pentacampeão do mundo. Mas quem não gosta de sair mais cedo do serviço ou trabalhar apenas meio expediente para tomar aquela gelada? Você nem precisa saber de tática, mas, diante dos amigos e da família, se encoraja para dar seu pitaco. É o efeito Copa...
Nessa onda de engajamento, notamos como a Copa do Mundo é capaz de movimentar vários setores, se tornando uma boa oportunidade de negócios para quem souber explorá-la. Que tal uma pasta de dente nas cores verde e amarela para a criançada? E o que acha de abrir a casa de shows noturna para um happy hour em pleno meio-dia? Ganha-se muito dinheiro por aí indiretamente com o evento, tudo por culpa do jeito particular do brasileiro de juntar a paixão pelo futebol com seu instinto carnavalesco de ser.
Economia
O governo russo investiu cerca de R$ 38,25 bilhões na Copa, enquanto o Brasil gastou R$ 25,5 bilhões para realizá-la em 2014. Mesmo com a Copa em outro país, o evento deste ano deve movimentar R$ 1,5 bilhão no varejo brasileiro, segundo a Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), trazendo grandes ganhos para outros setores. Conforme a Fundação de Estudos e Pesquisas Econômicas (Fipe), a Copa no Brasil injetou R$ 142 bilhões na economia.
Em casa
Uma recente pesquisa divulgada pela Google mostra que três em cada quatro brasileiros vão curtir a Copa, sendo que 44% pretendem assistir aos jogos dentro de casa. Conforme levantamento, 47% dos brasileiros já estão fazendo algum tipo de preparação para o torneio. Itens como painel de TV e sofá obtiveram 5,7 e 4,4 vezes mais buscas no site atualmente do que a Copa no Brasil. O fato de o torneio ser “longe de casa” desta vez se reflete nos dados.
No boteco
O Mineirão e a região da Savassi receberão os principais palcos para exibição de jogos da Copa em Belo Horizonte, neste ano. E como já é tradição, a capital mundial dos bares também está cheia de estabelecimentos se preparando para transmitir as partidas e aumentar o lucro com cardápios e bebidas especiais. De acordo com a Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), o setor cresceu, em média, 70% em dias de jogos da seleção na Copa de 2014.
Superfrota
Patrocinadora oficial da Copa desde 2002, a Hyundai entregou nesta semana nada menos do que 530 veículos para serem utilizados na Rússia. Os ônibus e carros vão transportar autoridades, seleções, membros da comissão organizadora, árbitros e convidados VIP’s. Para essa operação, foram disponibilizados modelos à venda no país, incluindo Santa Fe, Tucson e H1. A montadora também personalizou os ônibus das delegações com frases escolhidas por voto popular.
Imponente
A Copa não é do mundo por acaso. O Empire State Building, em Nova York, e suas mundialmente famosas luzes de LED vão brilhar em um espetáculo de iluminação para celebrar o Mundial. A partir do dia 13, sempre depois do pôr-do-sol, as cores de cada uma das 32 seleções irão reluzir na silhueta em rodízio, com bandeiras dos países tremulando nos mastros. O fato do país ter ficado fora desta Copa não atrapalhou a empolgação dos americanos.
Favoritaço
Como disse, a Copa movimenta diferentes seguimentos, até científicos. Um modelo matemático desenvolvido pela Fundação Getúlio Vargas mostrou que o Brasil é favorito para ganhar o Mundial. Para chegar a essa conclusão, foram observados gols marcados e sofridos nas partidas de 207 seleções nos últimos quatro anos em mais de um milhão de simulações. Pelos cálculos, o time de Tite deve sair invicto da primeira fase e sem levar gols.