Durante o Campeonato Mineiro, você deve ter reparado que, para cada jogo, há diferentes placas de publicidade, de diferentes marcas, em torno do gramado – diferentemente do que acontece no Campeonato Brasileiro. No Estadual, os clubes têm direito a explorar os espaços como forma de arrecadação durante o torneio. Os valores dependem da relação dos clubes com as empresas e da visibilidade de determinadas partidas, se elas serão transmitidas por TV aberta, fechada ou apenas no pay-per-view.
O Cruzeiro, por exemplo, vendeu pacotes entre R$ 100 mil e R$ 160 mil, valores que variam de acordo com o posicionamento da placa (no meio do campo, próximo a bandeirinhas de escanteio ou nas laterais) e da importância do jogo (clássico, primeira fase, mata-mata). O Atlético, em média, vendeu placas por R$ 50 mil cada em alguns jogos, segundo informou uma fonte a esta coluna. O América também tem sua tabela de preços. Num jogo de meio de semana, apenas no pay-per-view, o clube comercializou uma placa atrás do gol por R$ 4 mil.
Permuta
Algumas equipes, principalmente do interior, costumam fazer permutas e dar a publicidade nas placas para as empresas que já as patrocinam ou lhes fornecem algo, como o hotel para a concentração da equipe ou ajuda na alimentação dos atletas. São poucos os jogos de times do interior que foram transmitidos (a TV só exibiu jogos que tinham a participação de Cruzeiro, Atlético e América). Mas, quando eles aconteceram, era possível notar muito mais placas do que de costume.
Conflitos
Quem dá aos clubes a prerrogativa de usar as placas de publicidade é a Federação Mineira de Futebol, que faz a ponte entre clubes e TV na venda dos direitos. A FMF também utiliza-se de alguns espaços para seus patrocinadores. O Sicoob, que adquiriu os naming rights da competição, estampa as placas centrais, as de maior visibilidade. Por contrato, se um clube tiver placa de uma outra instituição financeira (Caixa, por exemplo), ela precisará ficar “mais escondida”, nos cantos laterais.
Institucionais
A placa da Anjos da Guarda, que também apoia a federação, fica estrategicamente posicionada perto dos gols – vai aparecer sempre nos melhores momentos. Se notar, há também muitas placas de propaganda dos próprios clubes, especialmente de programas de sócios-torcedores ou de algum produto. Neste caso, essas e as placas de utilidade pública (como de campanha contra a febre amarela) funcionam como calhau, ou seja, tapa-buracos para espaços não comercializados.
Acordo
Há duas décadas exploradas pela TV Globo no Campeonato Brasileiro, as placas de publicidade voltarão às mãos dos clubes a partir de 2019, como ficou acertado na venda dos direitos de transmissão para os próximos anos. Segundo o site Máquina do Esporte, a opção de passar aos clubes a venda das placas partiu da própria Globo, que encontrou dificuldade de comercializá-las de forma casada, junto com o pacote de publicidade dos próprios comerciais de TV.
Jogada
Como destacou – e me chamou atenção – Custodio Pereira Neto (@CustodioTodinho), no Twitter, essa semana, as placas de publicidade do amistoso Brasil e Alemanha tinham um jogo de câmeras. A transmissão para o Brasil mostrava o lado dos bancos de reservas com publicidade brasileira e, para a TV alemã, o lado oposto com propaganda germânica. O que normalmente se faz são letreiros que exibem mensagens cada momento em uma língua diferente.
Tecnologia
A Liga Alemã já informou que usará placas de publicidade virtuais na Bundesliga. Os alemães não vão notar as placas físicas, mas os estrangeiros verão a publicidade em suas línguas. O sistema permite que sensores nas placas físicas emitam sinais para as transmissões internacionais, sobrepondo as imagens virtuais por físicas. Assim, eles poderão vender mais placas, conquistar mais públicos e explorar novos mercados.