O InStat éuma empresa de análise de desempenho que atua há 11 anos no futebol. Seus relatórios estatísticos e ferramentas analíticas são usadas por 1.600 clientes em todo o mundo, incluindo grande times como Barcelona, Manchester City, Juventus e seleções como Brasil, França, Argentina e a Rússia, anfitriã da Copa do Mundo deste ano.
Em um de seus trabalhos, a InStat destrinchou os jogos das Eliminatórias para o Mundial 2018 com dados de todas as 32 seleções. A coluna Chuteiras e Gravatas recebeu uma amostra dessas informações e compartilha com os leitores, a partir desta semana, para que todos possam já ir se aquecendo para a Copa. O Mundial começa em menos de dois meses, no dia 14 de junho. Comecemos por nossa seleção. Como vimos, o Brasil se classificou com certa folga depois da chegada de Tite ao comando. Mas o começo não foi fácil: foram apenas duas vitórias nos seis primeiros jogos, e a equipe canarinho só foi deslanchar depois, com dez triunfos em 12 compromissos.
Diferenciado
Neymar provou ser o melhor jogador do Brasil na busca pela classificação. Ele foi considerado pelo InStat como o cara mais útil, com seis gols e nove assistências. Driblador que é, conseguiu tirar o adversário da jogada em 12 das 18 tentativas, sofrendo, em média, seis faltas por partida. Gabriel Jesus foi o artilheiro brasileiro nas Eliminatórias, com sete gols, três a menos que Cavani, do Uruguai, com menção honrosa para o volante Paulinho, que fez seis.
Polivalência
O lateral-direito Daniel Alves merece um capítulo à parte. Ele foi útil tanto na defesa como no ataque, tendo sido o melhor jogador brasileiro em desarmes – 86 no total – e o melhor em interceptações – 85 no total. Ele também foi o segundo atleta da equipe com mais “passes chave” (56), atrás apenas de Neymar. Dani Alves é um jogos jogadores mais experientes do atual elenco, com mais de cem jogos com a amarelinha. Sua primeira partida pelo Brasil foi em 2006.
Contra-ataque
O levantamento mostra que o Brasil foi a seleção da América do Sul com o menor número de contra-ataques, 15 por partida, sendo também a que mais conseguiu concluir esses contragolpes com arremates: 3,2 vezes por jogo (21% dos contra-ataques com arremates). A seleção ainda foi o time que mais recuperou bolas. Foram 51 por partida, embora apenas oito delas tenham acontecido no campo do adversário (16%), ou seja, naquela pressão na saída da defesa alheia.
Tiro de canto
O volume ofensivo do Brasil também pode ser medido pela quantidade de escanteios a favor. Foram quase seis por partida, a segunda melhor média entre as dez seleções das Eliminatórias. Em cinco oportunidades, as jogadas de escanteio terminaram em gol. A seleção foi a melhor nesse quesito. Onze por cento dos ataques brasileiros pelos cantos terminaram em finalizações, marcando 24 dos 34 gols na competição com bola em jogo, nesse tipo de jogada.
Invasão de área
O time de Tite penetrou pela área adversária 27 vezes trocando passes, um índice abaixo da média das equipes da América do Sul, que é de 29. Ao mesmo tempo, 51% de seus passes para a área foram precisos, bem acima da média do continente, que é de 46%. Na disputa do jogo aéreo, a equipe canarinho costuma ganhar 17 bolas pelo alto por jogo, um índice de sucesso de 47%, o pior resultado entre todas as equipes.
Extracampo
No fim do ano passado, a CBF divulgou um balanço do trabalho realizado fora das quatro linhas. Considerado um dos pontos fortes da comissão de Tite, os observadores técnicos da seleção acompanharam 138 partidas in loco, ou seja, nos estádios, somente em 2017. Foram 73 partidas internacionais e 65 disputadas em solo brasileiro. Os profissionais visitaram 36 clubes do Brasil, da Europa e da China de olho em atletas brasileiros.