Não há Copa do Mundo sem zebras. Afinal de contas, sem elas, não têm graça. E o Mundial da Rússia estará cheio de candidatos ao posto de surpresas da competição. Dando sequência ao estudo das equipes do torneio sob a ótica da análise de desempenho, trago na edição de hoje mais uma parte do estudo da InStat com as equipes classificadas para a competição. Separo-as por semelhanças e características regionais.
Números à parte, algumas seleções vão desembarcar com a fama de queridinhas na Rússia. A pequena Islândia, país com pouco mais de 300 mil habitantes, certamente, será uma delas, muito por conta da sua bela campanha na Eurocopa de 2016, quando chegou às quartas de final. Outra que irá despertar aficionados é o Egito, de Mohamed Salah, artilheiro do Liverpool, finalista da Liga dos Campeões. Da América Central, podemos eleger o Panamá e a Costa Rica como potenciais “seleções do povo”, assim com nossos vizinhos peruanos, que voltam à Copa após 36 anos.
Asiáticos
Sede da Copa de 2002, Japão e Coreia do Sul têm figurado como as principais forças da Ásia nos últimos tempos. Nas Eliminatórias, os japoneses não levaram gols em oito das 18 partidas. Foram 44 gols anotados a favor, tendo o atacante Honda participado diretamente de 17 deles. Já os coreanos demonstraram bons resultados no início da campanha, ganhando os primeiros oito jogos. Son Heung-Min provou ser o melhor jogador de ataque com sete gols.
Rússia
Anfitriões de 2018, os russos, que estão no grupo A, com Arábia Saudita, Egito e Uruguai, são os piores cabeças de chave pelo ranking da Fifa. Eles ocupam a 66ª posição. Foram 17 amistosos (seis vitórias, seis derrotas e cinco empates) no período entre os Mundiais, fazendo pelo menos um gol em 16 desses compromissos. Quando derrotado, foi por apenas um gol de diferença em cinco dos seis jogos. Nesse período de preparação, a Rússia testou 47 jogadores.
Estreantes
Panamá (55º no ranking) e Islândia (22º) vão disputar sua primeira Copa. A equipe panamenha conseguiu se classificar vencendo apenas três das seis partidas no hexagonal final das Eliminatórias. Já os europeus sobraram em seu grupo, ganhando sete dos dez jogos e faturando a vaga sem a necessidade de passagem pela repescagem. E essa Islândia pode ser caracterizada como cirúrgica. Fez apenas 16 gols, a equipe que menos marcou entre as classificadas.
Africanos
Tunísia (14º), Senegal (28º), Marrocos (42º), Egito (46º) e Nigéria (47º) são os africanos do Mundial. Os tunisianos são um dos líderes de eficiência em passes e o mais agressivo nos desarmes. Os senegaleses foram o melhor ataque das Eliminatórias, com 16 gols. O Egito se destaca pela disciplina: apenas 12 faltas por jogo. Salah participou de sete dos 12 gols na campanha. O Marrocos só tomou um gol na qualificatória e, a Nigéria, figurou como a mais eficiente nos desarmes (60%).
Oriente Médio
Arábia Saudita (70º) e Irã (36º) são outros candidatos à surpresas no Mundial. Os sauditas não são muito bons em contra-golpes. O time organizou, em média, apenas 13 por partida, o pior índice das eliminatórias asiáticas. Dos 45 gols marcados, oito foram anotados em penalidades. Na contramão da Arábia Saudita, o Irã foi o time que mais aproveitou contra-ataques: 11. O time só levou cinco gols em 18 partidas, sendo que em 14 não foi vazado.
Sul-americanos
O time peruano se qualificou pela efetividade no segundo tempo. Dos 26 gols, 20 (77%) aconteceram na segunda etapa. O Peru também ganhou 57% dos desarmes, o melhor da América do Sul, juntamente com o Brasil. Dos outros quatro sul-americanos classificado, aquele que podemos também conceituar como zebra é a Colômbia. Um dado negativo chama a atenção: perdeu os três pênaltis que teve a favor nas Eliminatórias.