Com a Assembleia Ordinária da Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) se aproximando (acontece neste sábado, 23, em Natal), a entidade que rege a modalidade no pais já começa a realizar manobras nos bastidores para seguir com força total dentro do colégio eleitoral, ignorando a intenção de outras partes relevantes de possuir voz ativa.
O projeto de Lei 8881/2017 obriga que 1/3 de todos votantes seja de atletas. A outra parte será formada pelas 27 federações e pelos clubes, que ganharão nove votos ao invés de dois. No entanto, o que pode parecer interessante para os clubes não é tão favorável. Isso porque uma brecha no estatuto permite que a CBV dê pesos diferentes para os votantes. As federações, por exemplo, ganhariam peso 6, enquanto clubes e atletas seguiriam com peso 1. Inconformado com a situação, o Minas Tênis Clube, na pessoa de Carlos Henrique Martins Teixeira, seu vice-presidente, divulgou nota para se posicionar sobre o assunto.
“Acreditamos na importância da participação democrática de clubes, atletas e federações, todos com o mesmo peso nas tomadas de decisões, para que não prevaleçam posições políticas que privilegiem um ou outro grupo. Todos nós temos um objetivo comum: o desenvolvimento do voleibol brasileiro, para que sua trajetória de sucesso seja perpetuada para as futuras gerações”, afirmou.
A reportagem do SuperFC fez contato com o Praia Clube, de Uberlândia, que afirmou ter a mesma impressão de que a CBV se esforça para diminuir o peso de votos de clubes e atletas. "Apoiamos a proposta que será levada pelo Minas Tênis", indicou o clube.
Com as 27 federações tendo peso 6, o valor total seria de 162. Com nove clubes, esse número iria para 171, com mais 1/3 deste valor (87) sendo de atletas, totalizando 258 votos. No entanto, ao invés de termos 87 atletas, a ideia da CBV é que apenas 57 possam votar. Destes, 30 teriam peso 2 e 27 peso 1. Os 27, inclusive, representariam as federações, com critérios ainda a serem definidos, por indicação ou eleição.
Procurada pela reportagem, a CBV informou que a definição sobre possíveis pesos diferentes dados para o colegiado será definido e divulgado somente no dia da assembleia. Esta não é a primeira tentativa de manobra da CBV em véspera de assembleia. No ano passado, foi feito um adendo no estatuto para que os executivos da entidade não tivessem responsabilidade sobre atos da administração financeira, o que acabou não sendo aprovado.