
O mês de setembro vai marcar não somente o início de alguns dos principais torneios regionais do país, como também a chance que vai aparecer para as duas seleções nacionais no Campeonato Mundial, competição que é prioridade na temporada e que acontece somente de quatro em quatro anos. O time masculino, comandado por Renan Dal Zotto, estará na Bulgária e Itália entre 9 e 30 de setembro, tendo sua estreia marcada para o próximo dia 12 contra o Egito.
O time entrará em ação para reconquistar um título que ficou pelo caminho na última edição. O Brasil soma três títulos que foram conquistados, em sequência, entre 2002 e 2010. A principal meta para começar a sonhar em alcançar o topo será jogar bem, algo que não apareceu como muitos gostariam na Liga das Nações. O quarto lugar mostrou limitações, principalmente nos momentos mais decisivos. Na teoria, o Brasil não figura entre os favoritos, e o jogo a jogo será fundamental para o elenco reconquistar a confiança em sua capacidade e voltar a dar esperança para os torcedores, que parecem desconfiados depois das últimas apresentações. “Acho que estamos no bolo dos times que podem ir bem. Não somos favoritos, mas também não somos uma equipe que vai passar despercebida”, indica o oposto Wallace. O Brasil terá que realizar jogos “na ponta dos dedos”, evitando erros que podem ser fatais em um campeonato tão competitivo, que não costuma perdoar tropeços. Será preciso uma dose extra de superação e regularidade para o Brasil mostrar que segue entre os melhores do mundo, mesmo com os principais adversários tendo demonstrado, recentemente, que estão em um nível acima.
A maior surpresa dos convocados pelo técnico Renan Dal Zotto foi o líbero Maique. Ele ganhou a posição de Thiago Brendle e mostrou sua qualidade nos treinos em Saquarema e nos jogos contra a Holanda. “Estar aqui podendo trabalhar ao lado de ídolos é magnífico. A ficha ainda não caiu. Para um garoto que saiu do interior de Minas Gerais, da pequena Santo Antônio do Amparo, com um pouco mais de 26 mil habitantes, isso era um sonho muito distante, mas não impossível”, comemora o jogador do Fiat-Minas.
Maique indica alguns pontos que podem ter feito a diferença para Renan não ter dúvidas de que ele era uma das melhores opções para o setor defensivo da seleção. “Tenho uma qualidade técnica boa, ainda mais na defesa, além de uma boa leitura de jogo e comunicação. Sou extrovertido, sempre alegre e contagiante dentro e fora de quadra, disposto a ajudar de todas as maneiras”, disse.
Um dos últimos a integrar o elenco foi o ponta Kadu. Ex-Sada Cruzeiro e Montes Claros, ele começou a fazer parte do time, de forma definitiva, somente depois da Liga das Nações. As boas apresentações nos três amistosos contra a Holanda (três vitórias do Brasil) foram fundamentais para convencer o treinador. O jogador mostra alegria por estar entre os 14 convocados e pretende dar o seu melhor. “Acho que a palavra não seria satisfeito. Fiquei um pouco surpreso depois de ter ficado um longo tempo parado. O Renan depositou essa confiança em mim, e estou me esforçando pra valer a pena. Ainda tenho muito o que melhorar”, afirma. Antes de ser convocado, Kadu ficou suspenso, por doping, durante um ano e quatro meses.
Grupo e agenda de jogos
A seleção parte para o Mundial com 14 jogadores prontos para dar conta do recado. São eles:
Levantadores: Bruninho e William
Ponteiros: Lipe, Kadu, Lucas Lóh, Douglas Souza
Centrais: Lucão, Isac, Éder e Maurício Souza
Opostos: Wallace e Evandro
Líberos: Thales e Maique.
Chave. O Brasil está no grupo B, com sede em Ruse (BUL):
Dia 12.9 - Egito
Dia 13.9 - França
Dia 15.9 - Holanda
Dia 17.9 - Canadá
Dia 18.9 - China
Regulamento. Os quatro melhores avançam. Novos grupos de oito são formados, com três se classificando. Os dois melhores passam para as semifinais.
Mundial de vôlei